Os sindicatos estão apoiando o pleito das montadoras de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros, conforme anunciado na política industrial Brasil Maior. A posição dos representantes dos trabalhadores aumenta a pressão sobre o governo, que ameaça desistir do benefício.
O governo federal está preocupado porque as montadoras resistem a assumir contrapartidas como metas para utilização de peças locais, redução de emissões e um porcentual fixo de investimento em pesquisa e tecnologia. Por isso, ao invés de reduzir o imposto, o governo avalia elevar o IPI para quem ficar fora do novo regime automotivo.
"Se apenas elevarem o IPI dos importados, não teremos geração de emprego aqui", disse Quintino Severo, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Segundo os sindicalistas, o governo adiou uma reunião com montadoras e sindicatos, marcada para ontem, para fechar o decreto sobre o tema. O encontro foi postergado depois que montadoras e governo chegaram a um impasse na terça-feira. O Ministério da Fazenda não confirma que a reunião com os sindicalistas estava agendada.
O apoio dos sindicatos, no entanto, não sai de graça. Eles também querem que as montadoras assumam "contrapartidas sociais". A principal delas é o aumento do conteúdo de peças locais exigido no novo regime automotivo. Os sindicatos defendem 80%, estabelecido por modelo. A proposta hoje na mesa é de 60%.
Outro ponto importante para os sindicatos é que a eventual redução de IPI seja repassada ao consumidor. O governo também é a favor do repasse. As montadoras resistem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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