O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações do Distrito Federal (Sintel-DF), Brígido Ramos, afirmou nesta terça-feira (17), em entrevista à Agência Estado, que está havendo demissões de funcionários da nova Oi.
Ramos disse ter informações de que, nesta segunda e terça-feira, a Oi despediu cerca de 250 funcionários da área da Brasil Telecom (BrT), empresa que comprou no ano passado. A Oi, que na quinta-feira (12) já havia anunciado que eliminaria "400 posições de gerência", disse há pouco que nada tem a acrescentar sobre o assunto.
"É o que já havíamos falado: fusão é sempre sinônimo de demissão, e só sobra para os empregados", afirmou Brígido Ramos. Ele cobrou uma atuação do governo. Afirmou que este teve "extrema boa vontade" para mudar as regras e permitir a fusão entre a Oi e a Brasil Telecom, "mas não garantiu emprego nenhum".
Segundo o presidente do Sintel-DF, as demissões promovidas pela Oi começaram pelos cargos em duplicidade nas gerências das duas empresas, mas devem se estender a outros empregados. "Estamos num desespero total, numa angústia total", disse.
Ramos estimou que, dos 250 demitidos, 220 trabalhavam na antiga matriz da Brasil Telecom em Brasília. Do total de 5.700 empregados da BrT no País, 1.800 são funcionários da matriz, segundo o sindicalista, e esses cargos são os mais vulneráveis, já que a matriz da nova Oi funciona no Rio de Janeiro.
O presidente do sindicato disse que já previa que seria difícil para a empresa cumprir a promessa de realocar as pessoas que ocupam cargos que se repetem na estrutura das duas empresas. "Uma coisa é transferir o primeiro escalão, que ganha R$ 60 mil por mês e vai para qualquer lugar do mundo", disse o sindicalista. E acrescentou: "Vamos colocar o governo na berlinda. O governo não conversou com nenhum sindicato (ao apoiar o projeto de fusão)".
Ao aprovar a fusão, em dezembro do ano passado, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), estabeleceu como uma das condições que a Oi mantivesse até abril de 2011 o mesmo número de postos de trabalho existentes em 1º de fevereiro de 2008 nas duas empresas.
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