Após quase um mês sem se pronunciar, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou, durante uma reunião realizada na tarde desta sexta-feira (4), uma nova proposta aos bancários, em greve desde o dia 19 de setembro. A entidade que representa as instituições financeiras ofereceu aos trabalhadores reajuste salarial de 7,1% (incluindo ganho real de 0,97 ponto porcentual), elevando a proposta inicial que era de 6,1%.
O mesmo índice de aumento foi oferecido para os vales alimentação, refeição e auxílio cheche/babá. Já os pisos da convenção coletiva, pela nova oferta, seriam reajustados em 7,5%, fórmula válida também para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
A proposta, no entanto, não parece ter agradado as lideranças sindicais, que, logo após a reunião, começaram a avaliar a oferta. Até às 17h40 desta sexta, o Comando Nacional ainda não havia divulgado um parecer oficial sobre a negociação, mas o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região afirmou que a orientação da equipe é para que a oferta seja rejeitada.
A decisão a respeito da tentativa de negociação só será definida, no entanto, na próxima segunda-feira (7). Na data, os bancários se reunião em assembleia, a partir das 17 horas, para decidir se aceitam a proposta ou se seguem com os braços cruzados.
"O comando aponta para rejeição, mas temos que aguardar essa reunião para ver qual o posicionamento definitivo", declarou Junior Cesar Dias, secretário da entidade. Os bancários pedem um índice de 11 93% (aumento real de 5 pontos porcentuais), um piso no valor de R$ 2.860,21 e participação nos lucros de três salários-base mais parcela adicional fixa de R$ 5.553,15. Os bancários também pedem a valorização dos vales-refeição e alimentação (um salário mínimo, R$ 678,00) e melhores condições de trabalho, com o fim das metas individuais.
Pela proposta da Fenaban, o piso salarial para bancários que exercem a função de caixa passará para R$ 2.209,01 para jornadas de seis horas. Estão previstos reajustes do auxílio-refeição, que sobe para R$ 22,98 por dia; da cesta alimentação que passa para R$ 394,04 por mês, além da 13ª cesta neste mesmo valor, e auxílio-creche mensal de R$ 327,95 por filho até seis anos.
O diretor de Relações do Trabalho da Fenaban, Magnus Ribas Apostólico, ressalta que a proposta deve ser analisada considerando os ganhos de 2013 e dos últimos anos. "É um momento de se preservar conquistas e não de aumentar custos, por isso a proposta prevê um aumento real do poder aquisitivo dos bancários", diz. Magnus alerta que o momento exige cautela. "A economia está num ritmo mais lento, as margens de todos os setores estão mais apertadas e a geração de emprego está em queda", afirma.
Sobre a participação dos lucros (PLR), a Fenaban informa que a mesma fórmula será mantida, com correção dos valores fixos e de tetos em 10%. Dependendo do lucro do banco, por exemplo, a PLR de um caixa pode chegar a 3,5 salários.
Segundo a federação, o piso salarial da categoria subiu mais de 75% nos últimos 7 anos e os salários foram reajustados em 58%, ante uma inflação medida pelo INPC de 42%.
Curitiba tem 230 agências fechadas nesta sexta
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região aponta que nesta sexta-feira (4), 324 agências bancárias ficaram fechadas na capital e entorno. Somente em Curitiba, são 230 unidades sem expediente, das quais fazem parte Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Santander e Bradesco. Itaú e HSBC estão com as agências abertas devido a interditos proibitórios concedidos aos bancos.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião