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Trabalho

Sindicato já fala em greve na Volks

São Paulo – A negociação em torno da reestruturação da Volkswagen no Brasil ficou mais dura e os sindicatos dos trabalhadores já ameaçam entrar em greve caso a companhia cumpra a ameaça de demitir funcionários imediatamente. A empresa pretende cortar 5,7 mil vagas em três fábricas. As primeiras demissões, se não forem evitadas nas discussões com os sindicatos, devem ocorrer nas unidades de Taubaté (SP) e de São José dos Pinhais (PR).

O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté informou ontem que, se a Volkswagen realizar as demissões, os trabalhadores da unidade entrarão em greve por tempo indeterminado. Dispensas na cidade podem começar na segunda-feira, assim como na fábrica do Paraná. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (Simec) diz que as negociações com a empresa só prosseguirão se ela apresentar por escrito o plano de reestruturação, mas ainda não comenta se entraria em greve. "A empresa respondeu que vai ser difícil, mas que na próxima semana dá uma resposta", afirma o presidente Sérgio Butka. Em São Bernardo do Campo (SP), os cortes só poderão ocorrer a partir de 21 de novembro, quando termina o acordo de estabilidade.

O plano de reestruturação foi apresentado pela Volks no início de maio. Na época, a empresa falava na readequação do quadro funcional até 2008, mas não confirmava o número de cortes – o dado foi divulgado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Desde então, a companhia vem mantendo conversas tensas com os sindicatos, que não aceitam as demissões nem alterações nos benefícios trabalhistas. Para a Volks, será necessário reduzir salários, deixar de fazer reajustes reais e acabar com a liberação de funcionários para atividades sindicais.

Na quarta-feira, após uma reunião pouco produtiva com os sindicalistas, o vice-presidente de Recursos Humanos da Volks, Josef-Fidelis Senn, disse que, sem entendimento, a empresa daria prosseguimento ao seu plano de reestruturação e poderia demitir imediatamente. Senn reforçou que quem for desligado nessas condições não receberá salários extras. Já um acerto com o sindicato levaria a montadora a oferecer benefícios. Diante da possibilidade do plano prosseguir sem acordo, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, disse que os trabalhadores vão "reagir à altura".

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