O Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga (Sindipa), no Vale do Aço mineiro, já agendou uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Belo Horizonte, para a próxima segunda-feira (dia 1º de junho) para pedir a reintegração dos demitidos pela Usiminas. Nesta terça-feira, a companhia anunciou a decisão de demitir 810 funcionários até este sábado (dia 30), nas usinas de Ipatinga (MG) e Cubatão (SP), além do corte de 516 funcionários que se inscreveram no programa de desligamento voluntário (PDV), o primeiro da história da empresa.
De acordo com as informações do Sindipa, a ideia é solicitar o cumprimento do acordo firmado com a siderúrgica, que no fim do mês passado anunciou um PDV, que vigoraria entre os dias 4 e 22 deste mês. Após esse período, conforme o diretor da entidade, Paulo Cezar dos Santos, os trabalhadores e a empresa voltariam à mesa de negociações para "buscar alternativas". "A companhia não apresentou alternativas", argumenta o sindicalista. O Sindipa pretende aguardar uma posição do TRT e, até lá, informou que não vai homologar as rescisões de contrato.
Ontem, a siderúrgica atribuiu a necessidade de corte de pessoal à baixa adesão dos empregados ao PDV. As demissões, segundo a Usiminas, visam ajustar o custo de pessoal ao contexto econômico de severa retração na demanda por produtos siderúrgicos, tanto no Brasil quanto no mercado internacional.
No fim de março, o Sindipa obteve uma liminar, concedida pelo desembargador Caio Luiz Vieira de Melo, do TRT da 3ª Região, proibindo as demissões na Usiminas e em outras seis empresas prestadoras de serviço. A intenção era que a companhia justificasse os desligamentos até a realização de uma nova audiência, que foi realizada em 23 de abril. No mesmo dia, a empresa fechou o acordo com o sindicato e apresentou a proposta de PDV, com a promessa de que não haveria demissões durante o período de vigência do plano.