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Crise no IBGE

Sindicato diz que crise no IBGE ocorre por “decisões arbitrárias da presidência”

Marcio Pochmann
Marcio Pochmann rebateu críticas de servidores por supostamente tomar decisões autoritárias. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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O sindicato que representa os servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) afirmou nesta terça (7) que a entrega dos cargos de dois diretores um dia antes ocorreu em meio a uma crise provocada por “decisões arbitrárias da presidência”. O órgão é comandado por Marcio Pochmann, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e alvo de críticas desde o começo da gestão.

Na segunda (6), os diretores João Hallak Neto e Elizabeth Hypolito, da Diretoria de Pesquisas (DPE), entregaram os cargos sem expor publicamente os motivos. No entanto, para o Assibge-Sindicato Nacional afirma que há um descontentamento crescente com Pochmann.

“A entrega dos cargos ocorre em um cenário onde uma parcela crescente de servidores e o Sindicato direcionam críticas à atual Direção do IBGE, deflagradas após o anúncio da Fundação de direito privado ‘IBGE+’, criada de forma sigilosa e sem consulta aos servidores, em julho de 2024”, disse a entidade em nota (veja mais abaixo).

Segundo o Assibge-Sindicato Nacional, há um “agravamento da crise” no IBGE composta também por outros motivos, entre eles a transferência das diretorias de Pesquisa, Geociências e Informática para um local de difícil acesso no Rio de Janeiro, da região central para o Horto, na Zona Sul.

“A Assibge-Sindicato Nacional, órgão representativo dos servidores do Instituto, vem se posicionando há tempos pela suspensão das medidas em curso e abertura de consulta real aos servidores sobre as questões colocadas. Apenas assim será possível superar a crise enfrentada pelo órgão”, disparou a entidade.

A presidência do IBGE negou as acusações de crise e de “decisões arbitrárias”, afirmando que as medidas adotadas refletem “compromisso com a causa pública e republicana”.

“A direção do IBGE não pode senão refutar com firmeza as infundadas acusações de comportamento autoritário. O que se impõe hoje ao IBGE e seu corpo de servidores não é uma vontade discricionária da atual gestão, mas sim a realidade, e o compromisso com a causa pública e republicana”, disse a presidência em uma nota publicada em setembro do ano passado.

Pochmann defendeu a criação da IBGE+ como uma inovação necessária. “Toda inovação tem, certamente, questões a serem melhor identificadas”, afirmou em novembro, classificando as críticas como “naturais”.

Veja abaixo a nota completa do Assibge-Sindicato Nacional emitida na terça (7) em que critica a gestão de Pochmann:

Ontem (06/01), a Agência de Notícias do IBGE anunciou a substituição da servidora Elizabeth Hypolito, Diretora de Pesquisa desde janeiro de 2023, por Gustavo Junger da Silva, servidor do instituto desde 2006 e atualmente responsável pela coordenação técnica do Censo Demográfico.

O servidor João Hallak Neto, Diretor-adjunto, também deixará o posto, sendo substituído por Vladimir Gonçalves Miranda, servidor desde 2010 e integrante da Gerência de Planejamento Conceitual da DPE.

Como é de amplo conhecimento dentro da Instituição, Elizabeth Hypólito e João Hallak entregaram seus cargos. Embora os referidos servidores tenham optado, até o momento, por não expor publicamente os motivos que os levaram a essas decisões, a entrega dos cargos ocorre em um cenário onde uma parcela crescente de servidores e o Sindicato direcionam críticas à atual Direção do IBGE, deflagradas após o anúncio da Fundação de direito privado “IBGE+”, criada de forma sigilosa e sem consulta aos servidores, em julho de 2024.

A crise em curso foi agravada ainda por outras decisões arbitrárias da presidência, como a decisão de transferir fisicamente as Diretorias de pesquisa, Geociências e Informática para um local de difícil acesso, sem planejamento e novamente sem qualquer consulta aos servidores.

Nesse sentido, a entrega dos cargos de diretor e diretor adjunto de pesquisa mostra o agravamento da crise no IBGE.

A ASSIBGE-Sindicato Nacional, órgão representativo dos servidores do Instituto, vem se posicionando há tempos pela suspensão das medidas em curso e abertura de consulta real aos servidores sobre as questões colocadas. Apenas assim será possível superar a crise enfrentada pelo órgão.

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