Milhares de espanhóis se preparavam para realizar uma passeata convocada pelos sindicatos no centro de Madri, na noite desta terça-feira, em protesto contra a reforma constitucional sobre limite de endividamento, que eles acreditam coloca os benefícios sociais em risco. A manifestação ocorre num momento em que governos de toda a Europa tentam aprovar medidas de austeridade para frear a crise na zona do euro.
Outros grupos, inclusive membros do movimento liderado por jovens, chamado Os Indignados, pretendiam unir-se à marcha, que começaria na Plaza Cibeles e terminaria em Puerta del Sol, onde membros dos Indignados acamparam durante quase um mês neste ano para protestar contra o sistema político e econômico da Espanha.
O desemprego entre jovens supera 40% na Espanha, e um em cada cinco trabalhadores está desempregado.
A marcha em Madri está sendo organizada pelos dois principais sindicatos da Espanha, o CCOO e o UGT, e será realizada no mesmo dia em que trabalhadores de toda a Itália fazem uma greve em protesto contra os planos de austeridade do governo, que estão sendo debatidos nesta terça-feira no Senado italiano.
A marcha desta terça-feira na Espanha segue outras manifestações organizadas na semana passada pelos Indignados e ocorre um dia antes de a Câmara Alta do Parlamento votar sobre a reforma que estabelece na Constituição um limite ao endividamento, e uma lei separada que impõe tetos específicos aos déficits estruturais do governos central e regionais.
Ambos devem ser aprovados, pois o governo socialista e o conservador Partido do Povo são a favor das reformas.