Os sindicatos querem uma correção maior da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) em 2009, revelaram, nesta quarta-feira (10) os presidentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, e da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo os sindicalistas, Mantega ficou de avaliar o pedido.

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Pelo acordo já firmado com o governo, sindicalistas e líderes partidários em dezembro de 2006, a correção da tabela seria de 4,5% em 2007, 2008, 2009 e 2010. Artur Henrique, da CUT, argumenta, porém, que a inflação, medida pelo INPC (índice utilizado pelos trabalhadores) deve ficar bem acima disso neste ano.

No acumulado de janeiro a novembro de 2008, o INPC avançou 6,15%. Já em 12 meses até novembro deste ano, o INPC teve alta 7,20%. "Queremos a correção, no mínimo, pela inflação", disse Artur Henrique. Já Paulo Pereira da Silva, da Força Sindical, pediu uma correção de 10% da tabela do IR no ano que vem.

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Benefício aos mais pobres

A correção da tabela do Imposto de Renda implica em aumentar os valores, em reais, de todas as faixas de incidência do tributo. Ao se elevar essas faixas, mais pessoas podem deixar de pagar IR sobre seus rendimentos, ou podem passar a pagar menos imposto.

Além da correção da tabela, os sindicalistas pediram, também, que o IR da pessoa física seja mais progressivo. Isto é, que sejam instituídas alíquotas maiores do tributo para quem ganha mais, beneficiando os mais pobres ao reforçar o princípio da "progressividade" no pagamento dos tributos.

Garantia de emprego

Os sindicalistas pediram ainda ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que as empresas beneficiadas por empréstimos de bancos públicos, como o BNDES, o Banco do Brasil ou a Caixa Econômica Federal, ou por políticas de redução de tributos, não possam demitir trabalhadores enquanto usufruírem de tais "benefícios".

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"É inadmissível que uma empresa como a Vale do Rio Doce, que tem recursos da Previ e lucros recordes, demita", disse Artur Henrique, da CUT. Acrescentou que os trabalhadores só vão continuar consumindo produtos e serviços, conforme pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se houver uma garantia de que eles não vão perder seus empregos.

Custo do dinheiro

Os sindicalistas pleitearam, também, que o governo atue mais para baixar o custo financeiro dos empréstimos, quer seja por meio de redução das taxas de juros dos bancos públicos, ou pelo corte do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras).

"Tem que ter uma medida para baixar os juros e o custo financeiro dos empréstimos. O Mantega falou que vai usar o poder do governo para baixar o custo financeiro", disse Paulo Pereira da Silva. Sobre a possibilidade de queda da taxa básica de juros, definida pelo Banco Central, Pereira afirmou que Mantega não teceu comentários. "Ele disse que não manda no BC", concluiu.