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A novo A7 começa a ser importado em março de 2012, com motorização que varia de 340 cv e 460 cv | Divulgação
A novo A7 começa a ser importado em março de 2012, com motorização que varia de 340 cv e 460 cv| Foto: Divulgação

Mão de obra e porto pesaram na escolha

Outras cidades do país chegaram a flertar com a Sinotruk para a instalação da fábrica – incluindo Ponta Grossa, que recentemente assinou um protocolo de intenções para abrigar a unidade da norte-americana Paccar, responsável pela produção de caminhões da marca DAF. No entanto, a mão de obra especializada e a proximidade com o Porto de Paranaguá pesaram na escolha da empresa chinesa pela Região Metropolitana de Curitiba. "Somos uma empresa paranaense, por isso demos preferência ao estado, especialmente Curitiba", destaca Joel Anderson, diretor-geral da empresa.

A sede da importadora Elecsonik, representante Sinotruk no Brasil, fica em Campina Grande do Sul. A companhia já tem uma central de distribuição de peças em Colombo, com capacidade para 5,9 mil itens, para atender atualmente a linha Howo 380 – comercializada no país desde o fim de 2009, com mais de mil unidades vendidas até agora. Voltado principalmente à aplicação rodoviária e ao transporte de cana-de-açúcar e de tanques GLP ou frigoríficos, o modelo está disponível nas configurações 6x2 e 6x4, com 380 cavalos. A partir de março de 2012, o Howo ganhará a companhia da linha A7, nas configurações 4x2, 6x2 e 6x4 e motores entre 340 cv e 460 cv. Com isso, a Sinotruk espera ver circulando pelo país 2,2 mil unidades com a bandeira chinesa. A marca conta com várias autorizadas espalhadas pelo país, sendo cinco no Paraná, e deve fechar o ano com 42 postos de vendas.

Conforme números apresentados pela Sinotruk, a fabricante emprega 23 mil funcionários na China, dos quais 3,5 mil são engenheiros. Em 2010, produziu 219 mil caminhões e atingiu US$ 13,5 bilhões em transações comerciais.

380 caminhões

da linha Howo 380 desembarcaram no Porto de Itajaí, em Santa Catarina, na quinta-feira. Os veículos ficarão ainda alguns dias por lá para desembaraço alfandegário, antes de seguir rumo aos distribuidores da marca em todo o país.

"Estamos na fase final de discussão. Queremos saber qual será a política para a indústria automobilística nos próximos cinco anos. IPI a 30% foge da realidade no comércio de caminhões importados, que responde por apenas 0,5% das vendas no mercado nacional."

Joel Anderson, diretor-geral da Sinotruk no Brasil, sobre as conversas com o governo federal em busca de incentivos fiscais.

A China National Heavy Duty Truck Corporation (CNHTC), conhecida mundialmente como Sinotruk, confirmou ontem a construção de sua fábrica na Região Metropolitana de Curitiba já no segundo semestre de 2012 – uma antecipação de três anos em relação ao projeto original. Com isso, a região ganha sua segunda unidade produtora de caminhões (a Volvo está instalada na Cidade Industrial de Curitiba desde 1977).

A Sinotruk já havia adquirido um terreno de 275 mil metros quadrados em Campina Grande do Sul para a construção da fábrica, mas decidiu buscar outra área, maior e também na RMC, para receber o empreendimento – Joel Anderson, diretor-geral da Sinotruk no Brasil, não disse se um novo terreno já havia sido encontrado, nem a cidade da RMC onde a fábrica será construída. Ele também não detalhou o valor que será investido na construção da unidade.

Em um primeiro momento, a unidade funcionará em regime CKD, no qual os caminhões pesados seriam montados em solo paranaense com os componentes e kits vindos da China. Na segunda etapa, a fábrica passaria a operar com produção local. A previsão da Sinotruk é montar de 5 mil a 8 mil unidades por ano, em turno único de trabalho, para abastecer toda a América do Sul. Desde 2008, ela atua neste mercado apenas via importação. Anderson também não disse quantos empregos a fábrica vai gerar; apenas se limitou a informar que atualmente a empresa conta com 116 funcionários. "Faremos o anúncio oficial, com todos os detalhes, ainda no primeiro trimestre de 2012", prometeu.

Incentivos

O executivo e outros diretores da importadora paranaense Elecsonic, representante da marca chinesa no Brasil, irão se reunir na próxima quarta-feira e no dia 29 de dezembro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para buscar vantagens tributárias como contrapartida do governo federal ao investimento da Sinotruk no país. "IPI a 30% [aplicado desde ontem aos veículos produzidos fora da Argentina, Uruguai e México] foge da realidade no comércio de caminhões importados", analisa Anderson, revelando que a carga de impostos para o segmento, fora o IPI, já é de 67%. "Saíremos de zero para 30% de alíquota. É um impacto muito grande", reclama.

O executivo acredita que deixará as reuniões no ministério da Fazenda com tudo definido. A confiança vem de um encontro preliminar que teve com o ministro do Desenvolvimento, Fer­nando Pimentel. "Ele demonstrou enorme interesse em atrair investidores em curto prazo para o país", diz. Anderson também adianta que, independentemente do resultado da conversa em Brasília, o projeto da fábrica para 2012 será mantido. "Em caminhões, diferentemente de automóveis, você só é 100% bem-sucedido se fabricar no país", salienta.

Os incentivos na esfera estadual já estão acertados. O presidente mundial da Sinotruk, Jian Hua Zhang, esteve recentemente no Paraná para fechar o negócio com o governador Beto Richa. Segundo o secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Paraná, Ricardo Barros, as reuniões em Brasília têm por objetivo apenas tentar uma flexibilização à nova política industrial automotiva, com a redução progressiva da alíquota de importação na medida em que a Sinotruk ampliasse o índice de nacionalização em seus produtos, atualmente limitado em pelo menos 65% das peças para fugir da alta do IPI.

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