A ideia de carros sem motoristas pelas ruas dos Estados Unidos pode estar mais próxima de se concretizar. A agência federal de segurança rodoviária dos Estados Unidos (NHTSA, em inglês) declarou nesta quarta-feira (10) que o sistema de inteligência artificial da Google para condução de veículos pode ser considerado como um “motorista”. A redefinição do termo de condutor serve como um aval para a empresa, que vem desenvolvendo carros autônomos e busca acelerar a venda do produto.
O Google quer que o governo interprete as regulações de modo que os automóveis autônomos possam ser comercializados sem volantes e pedais. Ainda que a Administração Nacional de Segurança de Trânsito em Rodovias (NHTSA, em inglês) tenha concordado com a reinterpretação do termo em carta recente, a agência não admitiu outras concessões e disse que as regras federais devem ser modificadas para permitir o tipo de veículo.
“A NHTSA interpretará (o termo) ‘condutor’ no contexto do design de veículo automotor descrito pelo Google como no referido SDS (self-driving system, ou seja, sistema de direção autônoma) e não a qualquer um dos ocupantes”, afirmou o diretor da agência Paul Hemmersbaugh no documento. “Nós concordamos com o Google que seu SDV (self-driving vehicle, isto é, veículo de direção autônoma) não terá um motorista no sentido tradicional que veículos tiveram nos últimos 100 anos”.
Requisitos
A agência rejeitou muitas das afirmações do Google de que seus automóveis cumprem as normas federais de segurança automotora, inclusive uma exigência de freios de mão e pé. A empresa afirmou que o requisito não era necessário devido ao freio eletrônico do sistema. No entanto, o governo afirmou que as regulações são claras e que, para admitir isso, era preciso mudança na legislação.
“Em várias instâncias, seria possível que o Google demonstrasse que determinadas normas (federais) não são necessárias para o design de um veículo particular”, escreveu Hemmersbaugh. “No entanto, até agora, a empresa não exerceu tal demonstração”.
O Google indicou que os automóveis poderiam estar prontos para comercialização em poucos anos. Depois de vários anos de cautela, os reguladores federais afirmaram no mês passado que desejam acelerar a adoção da tecnologia caso seja segura. Para por os veículos na rua, os fabricantes devem garantir que cumprem as normas federais de segurança e conseguir a aprovação da NHTSA.