A matriz norte-americana do Google, na Califórnia, tem planos para bloquear o acesso de usuários brasileiros à rede social Orkut caso não chegue a um acordo com o Ministério Público Federal. Pelo menos essa foi a ameaça que veio à tona no fim da semana passada, trazida por uma reportagem especial do jornal Folha de S. Paulo sobre os desdobramentos da ação iniciada pelo MPF no último dia 22. O representante jurídico do Google, Durval Noronha Goyos, no entanto, não esclareceu até que ponto a possibilidade de fechamento do Orkut no Brasil é real.

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De acordo com a notícia publicada na sexta-feira, fontes dentro da companhia afirmam que, caso não consiga conter a ações de usuários envolvidos com assuntos maliciosos, como pedofilia, incitação ao ódio e tráfico de drogas, o Google planeja fechar o serviço no Brasil. O MPF ordena o Google a liberar informações de usuários envolvidos com crimes digitais. A direção da empresa estima que, mesmo com um acordo com a Justiça, o buscador pode sair do caso com sua imagem arranhada entre usuários brasileiros, responsáveis por mais de 70% da base do Orkut.

Especula-se ainda que a gigante do Vale do Silício tema ceder informações de seus usuários sem o intermédio da Justiça dos Estados Unido por um possível "uso político" dos dados pelo governo brasileiro.

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O descumprimento da ordem judicial implica em multa diária de R$ 200 mil, além de pagamento de US$ 130 milhões como indenização pelos casos não cumpridos – quantia equivalente a 1% do faturamento da companhia durante 2005.

Caso a desobediência se mantenha, o MPF pede o fechamento das operações do Google Brasil. Oficialmente, o escritório brasileiro do Google afirma que não fornecerá os dados solicitados pois, conforme a empresa alega no pedido de liminar enviado à Justiça, não possui acesso aos dados hospedados na matriz norte-americana.

Foram identificados pela organização não-governamental Safernet mais 3 mil perfis e mais de 1,2 mil comunidades ligadas à pornografia infantil. Deste total, há indícios de crime em 57% delas. Desde que começou o trabalho, em janeiro deste ano, a Safernet já recebeu mais de 105 mil denúncias de crimes praticados na internet, que vão de pornografia infantil, apologia e incitação a crimes até racismo, intolerância religiosa, homofobia e xenofobia.