Acompanhando as tendências de mercados como os Estados Unidos e a Europa, empresas têm oferecido descontos que variam entre 50% e 90% para negociações feitas pela rede| Foto: Divulgação

Segurança na internet

O consultor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Gastão Mattos, acredita que a modalidade de compras de serviços e produtos pela rede com descontos acima de 50% é bastante promissora. "Nos Estados unidos os clubes de compra e saldões da internet já são uma realidade há algum tempo, mas no Brasil o que existe ainda é muito recente". Por se tratar de uma novidade por aqui, ainda não existem dados concretos que confirmem os riscos e as reclamações mais frequentes dos usuários destes serviços.

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Comprar produtos e serviços pela internet há muito tempo deixou de ser uma novidade para os brasileiros. Mas acompanhando as tendências de mercados como os Estados Unidos e a Europa, empresas têm oferecido descontos que variam entre 50% e 90% para negociações feitas pela rede. Seja através dos saldões de desconto ou pelos clubes de compra, o modelo já está presente em São Paulo e começa a chegar também a Curitiba.

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A Braspag é uma empresa que existe há 5 anos e trabalha no gerenciamento dos sites para a venda de produtos de grandes redes do Brasil. No final do ano passado, a empresa criou o Saldão na Internet para vender os produtos dos seus clientes em um grande portal de descontos. "O produto tem que ser o mais barato da rede e, se alguém achar o mesmo produto ainda mais barato na internet, pode fazer uma denúncia pelo próprio site", explica o gerente de projetos da Braspag, Renann Fortes.

Ele defende que apesar de vender os produtos com preço mais baixo, as lojas não têm gastos com captação de clientes, divulgação das ofertas e ainda ganham com o volume de negócios que é efetuado. "Produtos que não foram vendidos ou estão parados no estoque podem resultar em lucros nas vendas pela internet sem prejudicar os negócios das unidades físicas das lojas", diz Fortes. A partir deste modelo, os sites oferecem descontos que dificilmente seriam vistos nas lojas.

Fortes explica que o site funciona em datas específicas. O último saldão ficou no ar por 19 dias no período da Copa do Mundo e do Dia dos Namorados, enquanto o próximo, do Dia dos Pais, começa dia 2 de agosto. As vendas pelo saldão já movimentaram cerca de R$ 50 milhões desde o último Natal e o site já registrou o acesso de mais de 2 milhões de visitantes únicos.

Clubes de CompraOutra modalidade que vem ganhando força no mercado brasileiro e curitibano é a dos clubes de compra. Eles também oferecem grandes descontos, mas trabalham basicamente com serviços. Restaurantes, bares, cinemas e escolas de música são tipos de estabelecimentos presentes em clubes como o ClickOn e o PeixeUrbano.

O ClickOn existe em São Paulo desde maio e chegou a Curitiba um mês depois. Assim como o PeixeUrbano, ele funciona no sistema de ofertas diárias que necessitam de um número mínimo de compradores para ser ativada. "Se o mínimo não é alcançado dentro do prazo de um ou dois dias (dependendo da oferta), os usuários que fizeram a compra não terão o valor debitado do cartão de crédito", explica o CEO do ClickOn, Marcelo Macedo. Ele explica que as ofertas são de, no mínimo 50% e servem para movimentar estabelecimentos comerciais em dias ou períodos de pouco movimento. "É preciso ter um mínimo de compradores para que o desconto não signifique prejuízo para o comerciante", complementa Macedo.

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O internauta que compra o serviço recebe por email um cupom para efetivar a oferta no estabelecimento onde foi feita a promoção. O ClickOn possui 250 mil usuários cadastrados em todo o Brasil e já emitiu mais de 20 mil cupons promocionais.

BrandsClubTambém no formato de clube de compra, mas voltado para produtos de grandes marcas, o BrandsClub exige que você seja indicado por um amigo para ter acesso aos produtos com descontos. Para o CMO do Brandsclub, Olivier Grinda, o formato funciona porque as sobras de estoque de grandes marcas que, para não prejudicar a imagem da empresa, não poderiam ser vendidas nas lojas com grandes descontos, vão para a internet. "O cliente não tem a venda das novas coleções prejudicadas porque os produtos são vendidos por no máximo dois dias e para uma clientela restrita", explica Grinda.

Redes sociaisPor se tratar de negociações exclusivamente online, as redes sociais são grandes aliadas na divulgação dos produtos e serviços. No Saldão na Internet, quem indica as ofertas para amigos nas redes sociais, ganha pontos que podem resultar em prêmios. Já no ClickOn e PeixeUrbano, as recomendações podem garantir que a oferta atinja o mínimo de compradores necessários para ser ativada. Grinda classifica como "fundamental" a existência das redes sociais para a divulgação dos descontos. "O Twitter da BrandsClub já tem mais de 50 mil seguidores e vai aumentar, porque tenho certeza que este mercado vai crescer muito no Brasil", diz.

E-commerceO otimismo dos diretores é justificado com os dados da pesquisa que avaliou a satisfação dos usuários do e-commerce (compra pela rede) realizada pela e-bit em parceria com o Movimento Internet Segura (MIS). Em maio, um estudo ouviu mais de 113 mil pessoas que realizaram compras pela internet e constatou que 86,03% se mostraram satisfeitas com o processo. Segundo o direto da e-bit, Pedro Guasti, o índice é 10% superior ao registrado em 2001, quando foi feita a primeira pesquisa.

No levantamento, são analisados 10 itens: facilidade de compra, seleção de produtos, informação sobre mercadorias, preços, navegação, entrega no prazo, qualidade dos produtos, qualidade do atendimento, política de privacidade e manuseio e envio dos pedidos. "O item campeão de reclamação é a entrega fora do prazo. Em alguns casos os usuários têm razão, mas é preciso ler exatamente o que é prometido nos sites para não esperar, por exemplo, por um presente de Natal que só vai chegar no ano seguinte", explica Guasti.

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