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Conjuntura

Situação eleva a pressão sobre o governo

A aproximação de uma recessão técnica deve provocar mais pressão sobre a atuação do governo. Para especialistas, o Banco Central agiu corretamente ao liberar dinheiro do compulsório para dar liquidez ao sistema bancário e, mesmo que haja discordância sobre o momento certo para a redução dos juros, é também consenso de que a taxa básica será cortada nesta semana em uma ação certa contra a debilidade da economia.

"O setor público pode minorar a desaceleração e seus efeitos, mas não tem como evitar fenômenos como a contração no crédito", diz o economista José Márcio Camargo, da Opus Gestão de Recursos. "Agora o Banco Central vai usar os juros para estimular a atividade econômica." O problema é que o efeito do relaxamento da política monetária só será sentido dentro de seis a nove meses.

No lado fiscal, o governo tomou medidas pontuais para dar um refresco ao caixa das empresas e para ajudar setores mais atingidos – a medida de maior repercussão foi o corte no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos veículos. Novas medidas são esperadas pelo setor da construção. A atenção de Brasília também se volta para o nível do emprego. Na semana passada, foi imposta a cobrança de contribuição previdenciária sobre o aviso prévio, o que encarece as demissões.

As ações fiscais, no entanto, esbarram nos limites do orçamento. A arrecadação tende a crescer mais lentamente, o que precisa ser contrabalançado com cortes nos gastos correntes. "É importante que haja qualidade no gasto público, preservando os investimentos que melhoram o crescimento no longo prazo", defende o economista Luciano Nakabashi, professor da UFPR. "Isso sem uma piora no perfil da dívida pública." (GO)

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