Snapchat tem mais de 150 milhões de usuários em todo o mundo| Foto: Reprodução/Snapchat/YouTube/

A Snap Inc., dona do aplicativo de mensagens Snapchat, será a primeira empresa de tecnologia a fazer uma oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores de Nova York neste ano. A previsão é que a empresa precifique as suas ações ainda nesta quarta-feira (1º), após o fechamento do mercado nos Estados Unidos, e comece a vender os papeis nesta quinta-feira (2).

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A abertura de capital do Snapchat é uma das mais esperadas da indústria de tecnologia nos últimos anos. O último grande IPO entre as empresas de tecnologia foi do Alibaba, em 2014. O gigante do e-commerce fundado na China bateu recorde na época ao comercializar suas ações a US$ 68 e arrecadar US$ 25 bilhões.

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A Snap está buscando levantar US$ 3,2 bilhões no seu IPO ao oferecer 200 milhões de ações pelo preço de US$ 14 a US$ 16 cada. A expectativa do mercado é que a empresa com sede na Califórnia alcance um valor de mercado de até US$ 18,5 bilhões. Há até quem fale que as ações possam se valorizar ao longo do dia, fazendo a avaliação subir para US$ 25 bilhões.

Mesmo nas perspectivas mais modestas, o Snap negociaria a suas ações quase a metade do preço oferecido pelo Facebook em 2012 - quando a rede social abriu capital e arrecadou US$ 16 bilhões -, um nível elevado para uma empresa que ainda tem de gerar lucro. O Snapchat tem mais de 150 milhões de usuários e um crescimento vertiginoso, mas ainda é uma companhia deficitária.

IPOs de redes sociais

As estreias de Facebook e Twitter mostram o que pode dar certo ou errado quando uma rede social popular abre capital pela primeira vez. O Facebook cotou as ações em seu IPO no topo da faixa proposta em maio de 2012, ao preço de US$ 38. Após uma falha na tecnologia de negociação da bolsa, as ações subiram menos de 1%.

Uma vez que a empresa começou a provar que seu modelo de negócio era rentável, as coisas começaram a melhorar. As ações subiram 30% em julho de 2013, depois que o Facebook registrou receita e lucro para o segundo trimestre daquele ano acima das estimativas do mercado

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Agora, o Facebook tem cerca de 1,2 bilhões de usuários ativos diários em sua rede social e 1,2 bilhões mensais em sua ferramenta de mensagens WhatsApp. O mensageiro comprado por Mark Zuckerberg imitou recentemente o Snap ao lançar uma recurso que permite publicar vídeos e fotos que somem depois de 24 horas.

Já o Twitter é uma história diferente. As ações do site de microblogue subiram 73% em seu primeiro dia de negociação. A empresa, em seguida, tropeçou em seus primeiros resultados trimestrais, ao não conseguir mostrar crescimento consistente do número de usuários.

Um ano e meio depois de seu IPO, as ações caíram vertiginosamente quando o Twitter cortou sua previsão de resultados de 2015, lançando uma sombra sobre a credibilidade do CEO Dick Costolo. A ação chegou a fechar a US$ 16,06, uma queda de 38% em relação ao preço de IPO de US$ 26. O Twitter tem cerca de 319 milhões de usuários ativos mensais.

Lição para o Snap

As trajetórias do Twitter e do Facebook deixam uma lição para o fundador da Snap, o CEO Evan Spiegel, de 26 anos. A empresa vai precisar aumentar a receita por usuário - mesmo lidando com o crescimento mais lento dos usuários - ao longo do tempo para atender as expectativas dos investidores.

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No quarto trimestre de 2016, a taxa de aquisição de clientes caiu abaixo 50% pela primeira vez desde pelo menos 2014 . Em compensação, a empresa se aproximou da lucratividade. A Snap registrou uma perda líquida de US$ 515 milhões no ano passado e as receitas subiram quase sete vezes em 2016, atingindo US$ 404 milhões.

A receita média por usuário , uma métrica chave para mostrar como a empresa ganha dinheiro com o engajamento do usuário, subiu para US$ 1,05 no quarto trimestre de 2016. O valor ficou 31 centavos acima do registrado no mesmo período do ano anterior.

Vídeo para convencer investidores

 

O CEO do Snapchat, Evan Spiegel, participou de uma rodada de negócios para convencer os investidores de que vale a pena investir no aplicativo. Em um vídeo de 35 minutos disponível no site da empresa, o executivo deixa claro que o Snap é uma empresa de câmera.

“O Snap é uma companhia de câmera e nós sentimos que estamos apenas no começo de descobrir todas as potencialidades de uma câmara”, disse Spiegel. O Snpachat permite que os usuários publiquem fotos ou vídeos que desaparecem depois de 24 horas.

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Na ferramenta chamada Stories, dentro do próprio aplicativo, é possível apresentar clipes de vídeo do usuário que são tocados em ordem cronológica. Todos os dias, o Snapchat oferece uma ou várias histórias sobre acontecimentos mundiais, incluindo jogos de futebol, shows e notícias sérias.

Há, ainda, os óculos Spectacles, que gravam vídeos curtos e enviam o material direto para o aplicativo.