A carteira de seguro de automóveis encolheu 0,7% no primeiro semestre deste ano, segundo dados da Confederação das Seguradoras (CNseg). Para reagir neste mercado retraído, mas bastante competitivo, as seguradoras criam apólices alternativas, voltadas para nichos.
Foi seguindo esta estratégia que a Suhai Seguradora lançou um seguro exclusivo para condutores de aplicativos que garante ser até 80% mais barato que a média do mercado ao cobrir apenas furto e roubo. No Brasil, há mais de meio milhão de motoristas de Uber e quase a mesma quantidade da 99.
De acordo com Robson Tricarico, diretor comercial da empresa, o valor do produto é mais baixo porque não inclui cobertura por colisão. Há apenas opção para perda total por batida. Ou seja, a apólice da Suhai é limitada para se adequar ao bolso dos motoristas de aplicativo, principalmente os que possuem carros mais velhos. “Identificamos que a maioria das pessoas sem seguro quer contratar apenas a opção de furto e roubo porque uma colisão pode ser evitada com prudência”, argumenta.
Maior exposição ao risco
Entre os fatores determinantes no valor do seguro estão perfil do usuário, região em que ele mora e informações do veículo, como data de fabricação e marca, explica Tricarico. Outro fator importante, especificamente para profissionais de aplicativos, é a alta exposição do carro ao risco — uma vez que o profissional de aplicativos dirige por diversas regiões da cidade ao lado de pessoas totalmente desconhecidas. “Com isso, seguradoras tradicionais cobram até 25% a mais por um seguro completo ou até negam o serviço ao cliente”, afirma o diretor.
Para otimizar os custos para os motoristas de apps, a Suhai que atua há 25 anos também no ramo de segurança, diz utilizar tecnologia e inteligência para mapear a região onde o veículo foi roubado e, sempre que possível, resgatá-lo. A seguradora também coloca rastreadores em alguns modelos de carros. “Temos um ticket médio de R$ 1.200, enquanto as concorrentes têm, em média, R$ 3 mil”, calcula Tricarico.
Apesar do crescimento negativo do setor de seguro automobilístico no primeiro semestre (-0,7%), o setor como um todo cresceu 8,4% e arrecadou R$ 125,4 bilhões no período (sem DPVAT e Saúde Suplementar), o maior crescimento desde 2015, liderado pelos planos de previdência privada - segundo a CNSeg.
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