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Mercados

Só “tsunami” evitaria venda do ABN Amro ao Santander

Madri – O conselho diretor do banco holandês ABN Amro, que no Brasil controla o Banco Real, declarou ontem que continuará neutro frente às propostas de compra feitas pelo britânico Barclays e o consórcio de que participa o espanhol Santander. Na manhã de sábado, em Madri, o presidente do Santander, Emilio Botín, havia informado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva já estar pronta a compra do banco holandês. Botín disse a Lula que, apesar de haver ainda uma proposta do banco inglês Barclay’s, apenas "um tsunami" impediria a concretização do negócio pelo Santander, que até já nomeou pessoal para fazer a transição, inclusive no Brasil.

O favoritismo do consórcio, do qual participam o britânico Royal Bank of Scotland (RBS) e Fortis belga, além do Santander, foi confirmada pelo presidente executivo do ABN Amro, Rijkman Groenink, em entrevista concedida ontem à televisão holandesa NOS. Segundo ele, o espanhol Santander "tem grandes possibilidades" de comprar a instituição, porque sua oferta é superior à do Barclays, embora a diretoria se mantenha neutra perante os acionistas.

O negócio deverá ser anunciado oficialmente no dia 5 de outubro, data final para a aquisição. Qualquer que seja a decisão do ABN, será a maior transação da história da indústria financeira.

A primeira oferta feita pelo consórcio ao banco holandês foi de US$ 98,4 bilhões, US$ 7,4 bilhões mais que o Barclays. Se confirmada, a compra do ABN Amro pelo Santander transformará o grupo na segunda maior instituição bancária do país, passando o Itaú e ficando atrás apenas do Bradesco. Segundo o relato de Botín ao presidente Lula, o investimento planejado pelo grupo no Brasil é de US$ 26 milhões.

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