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política monetária

Sob pressão de Dilma, Copom inicia reunião

Centrais sindicais assaram 100 quilos de sardinha na frente do Banco Central: sindicalistas gostariam de ver uma redução de um ponto porcentual na taxa Selic, o que é muito improvável | Marcelo Casal ABr
Centrais sindicais assaram 100 quilos de sardinha na frente do Banco Central: sindicalistas gostariam de ver uma redução de um ponto porcentual na taxa Selic, o que é muito improvável (Foto: Marcelo Casal ABr)

Caruaru (PE) - Na segunda-feira, o discurso oficial era de que não haveria pressão sobre o Comitê de Política Mo­ne­tária (Copom), que iniciou ontem sua reunião e decide hoje a taxa Selic, que atualmente é de 12,5% ao ano. Mas, durante viagem ao Nordeste, a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que "começa a ver" a possibilidade de redução dos juros no Brasil. Questionada por jornalistas sobre a elevação em R$ 10 bilhões da meta de superávit fiscal – dinheiro economizado pelo governo para pagar os juros da dívida pública –, Dilma afirmou que manterá todos os investimentos, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Minha Casa, Minha Vida, as obras para a Copa do Mundo e os programas sociais.

"Esses R$ 10 bilhões decorrem do esforço que nós fizemos tanto no que se refere ao gasto de custeio como ao gasto de receita", explicou Dilma. "Nós preferimos utilizá-lo para abrir um novo caminho, além do caminho de aumentar o investimento. A partir deste mo­­mento, nós começamos a ver a pos­si­­bilidade de redução dos juros no Brasil. Hoje, o Brasil pratica as mais altas taxas", acrescentou a presidente em entrevista a rádios locais ao chegar a Caruaru, no agreste pernambucano. Em seguida, ela seguiu para a cidade de Cupira, a cerca de 180 quilômetros da capital, Recife.

Segundo Dilma, um caminho para a queda dos juros e dos impostos está se abrindo. "Já começamos o programa com o Supersimples. Com ele, nós reduzimos os impostos e aumentamos o limite das rendas. Isso vai permitir que as pessoas, em vez de declararem pelo imposto presumido, declarem pelo Supersimples, que reúne todos os impostos e os torna menores", afirmou.

Crise

A presidente também defendeu cuidados com o mercado interno e os investimentos no país como uma defesa em relação à crise econômica internacional. "A melhor defesa contra a crise é o nosso mercado interno. É ele que permite ao país manter seus empregos e sua economia crescendo. A melhor defesa contra a crise é o crescimento, mas precisamos melhorar as condições, e o Brasil quer a diminuição dos impostos", afirmou.

Dilma alertou sobre importações indesejadas. "Nosso mercado interno é um dos mais vigorosos. Torna-se importante proteger esse mercado e garantir que não usem mecanismos desleais de preços para chegar ao país e destruir toda uma linha de produção", disse a presidente, alertando sobre o problema do consumo em baixa nos países ricos.

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