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Sobrecarregado, sistema falhou e causou apagão, segundo Itaipu

Substação da Ande opera há 25 anos, segundo diretor-presidente da Itaipu | Christhian Rizzi/ Gazeta do Povo
Substação da Ande opera há 25 anos, segundo diretor-presidente da Itaipu (Foto: Christhian Rizzi/ Gazeta do Povo)

Foz do Iguaçu - Uma falha na tensão de corrente contínua dos serviços auxiliares da subestação de Itaipu, em Hernandárias, no Paraguai, foi a causa do apagão de 41 minutos que ocorreu na última quarta-feira, deixando 70% do país sem luz. Conforme comunicado emitido pelo lado paraguaio da binacional, o problema acarretou o mau funcionamento do esquema de proteção e controle, o que levou cinco transformadores a saírem de operação. Com isso, a conexão entre a Itaipu e a linha da Administração Nacional de Energia Elétrica (Ande) – que transmite e distribui energia para o Paraguai – foi cortada.

A empresa diz que, desde o ano passado, executa serviços de atualização tecnológica da subestação de Hernandárias para superar o atraso em investimentos nos últimos anos. A subestação opera há 25 anos. Em entrevista à Rádio CBN de Cascavel, ontem, o diretor-presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek, disse que ocorreu um curto-circuito na subestação. Ele classificou o episódio como um acidente de percurso e lembrou da existência de obras na subestação para acomodar o novo linhão de 500 kV que levará mais energia à região de Assunção. Samek ainda disse que os sistemas em operação no Paraguai, com linhas de 220 kV, estão no limite.

O apagão atingiu pelo menos 900 mil usuários do país, entre as 10h39 e as 11h18 (horário brasileiro), e deixou o trânsito ainda mais caótico na capital Assunção.

Melhorias

As melhorias tecnológicas na binacional não se restringem ao Paraguai. No lado brasileiro, o sistema de proteção das quatro linhas de transmissão de energia entre a hidrelétrica de Itaipu e a subestação de Furnas, em Foz do Iguaçu (Oeste do Paraná), será totalmente substituído até novembro. De acordo com Samek, o sistema, mais preciso e eficiente que o atual, garantirá mais segurança à transmissão, reduzindo a probabilidade de novos blecautes provocados por falhas no trecho de dez quilômetros entre a binacional e a central responsável pela conversão e distribuição da energia.

Ainda segundo Samek, a troca, que custará cerca de R$ 1 milhão, estava programada e não tem qualquer relação com o apagão do último dia 2, quando pelo menos dez estados brasileiros foram afetados por uma interrupção de energia que durou cerca de 40 minutos. Porém, caso o sistema – digital e programado para fazer o monitoramento constante das linhas – já estivesse em operação, poderia ter evitado o blecaute. Se algum problema for detectado, o trecho entre a usina e a subestação será desligado em tempo suficiente para que a falha não provoque um efeito dominó.

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