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Petrobras

Sobrevivente de acidente diz que foram duas explosões na plataforma

Construído em 1988, o navio-plataforma é operado pela norueguesa BW Offshore e fretado pela Petrobras desde 2009 | Divulgação/Arquivo/Agência Petrobras
Construído em 1988, o navio-plataforma é operado pela norueguesa BW Offshore e fretado pela Petrobras desde 2009 (Foto: Divulgação/Arquivo/Agência Petrobras)

Um dos sobreviventes do acidente no navio-plataforma FPSO Cidade São Mateus no Espírito Santo, onde pelo menos cinco pessoas morreram na quarta-feira (11), afirmou a seus parentes que foram duas as explosões que atingiram a embarcação.

A Petrobras, que contratou os serviços na embarcação, e a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) informaram que foi apenas uma explosão. Procurada, a BW, responsável pelo navio, não falou.

O FPSO Cidade São Mateus é um navio-plataforma de extração de óleo e gás de propriedade da empresa BW Offshore e que presta serviço para a Petrobras.

"Ele disse que houve a primeira explosão e o alarme soou, mas ninguém se feriu. Uma hora e meia depois, teve a outra", afirmou Alexandre Tavares, 35, cunhado de Diego Chaves, 30, um dos feridos no acidente.

Segundo Tavares, Diego, estava indo para o refeitório, onde ele trabalhava, e ficou preso no elevador do navio. O funcionário teve fraturas e está internado na UTI de um hospital em Vitória, mas seu estado não é grave.

Nesta quinta-feira (12), a BW informou que os corpos dos cinco mortos devem continuar sem remoção durante a tarde, já que uma equipe técnica vai ainda verificar as condições de segurança da embarcação. A retirada dos corpos ainda depende da polícia, que não chegou ao local.

Na embarcação, havia 74 pessoas. Quatro continuam desaparecidas e ao menos 25 ficaram feridas, entre elas, três em estado grave.

Registrado na região de Aracruz na tarde desta quarta-feira (11) no navio FPSO Cidade de São Mateus, o acidente é o pior em número de vítimas em plataformas contratadas ou operadas pela Petrobras desde 2001, quando 11 pessoas morreram em duas explosões.

"Tecnicamente ainda não temos indícios do que houve. O nosso foco é a assistência às famílias. O que temos de informação é que um vazamento de gás causou uma explosão na casa de bombas", afirmou Benito Ciriza, um dos vice-presidentes da BW.

Segundo ele, dez pessoas do Corpo de Bombeiros e três tripulantes da plataforma aguardam para retornar ao local em um navio de apoio.

Os resgates foram interrompidos durante a madrugada, retornaram pela manhã e devem voltar à tarde. Entre os desaparecidos, três trabalhavam na casa de bombas e um na praça de máquinas, os lugares mais danificados.

Ciriza não descarta a possibilidade de falha humana, mas diz que as chances são "difíceis". Também nega que houvesse sobrecarga de trabalho entre os funcionários.

FERIDOS GRAVES

Entre os feridos, nove pessoas continuam hospitalizadas em Serra, na região metropolitana de Vitória -seis delas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

A equipe médica confirma que metade dos que estão em terapia intensiva continuam em situação crítica. Um deles queimou 43% do corpo, outro teve queimaduras no sistema pulmonar e está em coma induzido. O terceiro teve traumatismo craniano.

Um estrangeiro, de nacionalidade não informada, morreu e outro, filipino, é um dos pacientes graves.

A sigla FPSO significa, em português, navio-plataforma estocante de produção. Trata-se de uma plataforma de pequeno porte, com a produção de apenas 2.200 barris por dia de petróleo em águas rasas. O número corresponde a apenas 0,1% da extração total de óleo da Petrobras.

As plataformas de grande porte da estatal produzem, a plena capacidade, entre 150 mil e 180 mil barris por dia.

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