Em plena crise financeira internacional, as controladoras das operadoras de telecomunicações brasileiras buscam ampliar seus negócios no país para depender cada vez menos da economia dos países-sede e mais de economias em crescimento. A desaceleração da economia brasileira e os recentes acontecimentos no mercado de telecomunicações não devem trazer, a curto prazo, um impacto nos investimentos, já que é no Brasil onde as companhias estão tendo seus melhores resultados.
Uma das empresas que viu seu lucro cair no último semestre, depende do Brasil e está envolvida no escândalo das telecomunicações é a Telecom Italia, controladora da TIM Brasil. O balanço do primeiro semestre de 2012 mostra que o lucro da operadora caiu para 5,86 bilhões de euros, abaixo das expectativas dos analistas. A principal razão é o declínio das vendas de celulares na Itália no segundo trimestre por causa da piora da economia local. No Brasil, a TIM é a segunda operadora em participação de mercado, com 26% das linhas no Paraná a operadora é a campeã na preferência dos usuários. Apesar da queda no lucro, a Telecom Italia vai manter os planos de pagamento de dividendos e redução de dívida.
Quem também vive no centro de uma crise financeira é a espanhola Telefónica, controladora da Vivo. A empresa já anunciou a suspensão até 2013 do pagamento dos dividendos a seus acionistas e uma redução de 30% do salário dos seus diretores. A América Latina continua a impulsionar o crescimento do grupo. As operações no continente seguem tão representativas para a espanhola que a companhia já estuda a tranferência de Madri para São Paulo a sede operacional para a gestão corporativa dos negócios na região, que já responde por 50% dos lucros da empresa. A Espanha ainda é o país mais importante para a Telefónica em receita, mas os resultados do Brasil colocam o braço no país mais próximo da sede.