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Sociedade exige negócios à parte

Leandro Costa e Felipe Mosko, sócios da fabricante de produtos plásticos LCMax: experiência anterior ruim fez com que eles resolvessem detalhar no papel a responsabilidade de cada um no novo negócio. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Leandro Costa e Felipe Mosko, sócios da fabricante de produtos plásticos LCMax: experiência anterior ruim fez com que eles resolvessem detalhar no papel a responsabilidade de cada um no novo negócio. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

A situação é cada vez mais corriqueira: jovens que mal se conhecem decidem abrir uma empresa, vender uma ideia inovadora – ou um novo produto – e tornar-se o mais recente sucesso do mundo dos negócios. Mas formalizar uma empresa é mais complexo do que dividir uma conta de boteco. Além do périplo burocrático, exige preparo dos envolvidos e a construção de instrumentos que ordenem o funcionamento do empreendimento, prevendo diferentes cenários, especialmente quando as coisas não saírem conforme o desejado.

A orientação parece óbvia, mas está longe de ser a regra no mercado. Em geral, os contratos sociais, documento que formaliza a sociedade de uma empresa, não contemplam situações adversas às que o empreendimento foi formatado no início, quando o entusiasmo acaba dando lugar à falta de cautela para proteger o futuro do negócio. “O ideal é estabelecer as condições que sejam melhores para a atividade e não para cada um dos sócios. Pensar na empresa em primeiro lugar, na responsabilidade que implica ter fornecedores, funcionários e participar da economia”, explica a advogada Monique Souza Pereira, especializada em Direito Empresarial, do escritório Souza Pereira Advogados.

Divisão de tarefas

É o contrato social que rege a organização da empresa, divide tarefas, responsabilidades, participações societárias, estabelece normas para compra e venda, entrada de novos sócios, sucessão e até a dissolução de uma sociedade. Por isso, quanto mais minucioso, melhor. Não significa garantias de um funcionamento perfeito, mas é o instrumento que vai proteger os direitos de todos os envolvidos. “E é mais fácil fazer isso antes de começar o negócio ou quando a empresa é saudável e está em um bom momento”, observa o empresário Felipe Mosko. Ele e o sócio, Leandro Costa, decidiram trabalhar juntos há cinco anos e fizeram questão de detalhar todos os passos da fábrica de produtos plásticos que criaram depois de uma experiência ruim com outro parceiro.

Mosko e Costa foram apresentados pelo ex-sócio e tiveram problemas ainda durante os primeiros meses de funcionamento da primeira empresa. Sem definição clara do papel de cada um, os dois deixaram por conta do terceiro a administração do negócio, sem estabelecer seus limites de atuação.

“Fomos roubados e tivemos muita discussão para estabelecer o que era de quem na hora de desmanchar a sociedade”, explica Mosko. Antes de engatarem um novo empreendimento, os atuais sócios dividiram algumas parcerias, até optarem pela criação da LCMax. “A configuração da empresa deve ser justa para todo mundo. Assim, todos se dedicam e ninguém se sente lesado”, aposta.

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