Aeronave da Gol, que estuda pedir recuperação judicial: governo anuncia medidas para socorrer setor| Foto: Ecliptics/Wikimedia Commons
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O governo federal pretende criar um fundo de financiamento de até R$ 6 bilhões para o setor de aviação e discute formas de reduzir o preço do querosene utilizado por aeronaves para ajudar companhias aéreas. As medidas, que atenderiam a ordem direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), surgem em meio a uma crise enfrentada pela Gol, que, segundo rumores do mercado, pode pedir recuperação judicial nos próximos dias.

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Na quarta-feira (24), o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, esteve reunido com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e com a presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Jurema Monteiro, para tratar do assunto.

Segundo Costa Filho, a criação de um fundo para o setor já está sendo discutida com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante. O projeto deve ser apresentado em até dez dias.

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“Nós iremos apresentar ao país um fundo de financiamento da aviação brasileira para que as empresas aéreas possam buscar crédito, se capitalizar e, com isso, poder ampliar investimentos na aviação, desde refinanciamento de dívidas, investimentos em manutenção, como também compra de novas aeronaves”, declarou o ministro.

De acordo com o jornal “O Globo”, alguns distribuidores de combustíveis estão exigindo da Gol pagamento à vista para abastecer suas aeronaves – normalmente o pagamento é feito por meio de créditos. Em 2023, a Gol reconheceu, em balanço financeiro, endividamento de R$ 20 bilhões, a maior parte está relacionada ao aluguel de aeronaves, por meio de contratos de leasing.

A empresa estaria estudando entrar com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, a exemplo do que fez a Latam em 2020, durante a crise que o setor enfrentou em meio à pandemia de Covid-19.

Sobre o preço do querosene de aviação (QAV), Costa Filho disse que ainda é preciso conversar com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, antes de divulgar um plano. O combustível representa cerca de 40% dos custos de uma companhia aérea no Brasil.

“Nós estamos, nesses próximos dias, dialogando com as aéreas e com a Petrobras, vamos avançar o diálogo com o presidente Jean Paul, para que a gente possa, na próxima semana, efetivamente apresentar uma proposta.”

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Ainda segundo o ministro, o governo deve encaminhar discussões sobre a judicialização do setor, a entrada de novas empresas no mercado brasileiro, a melhoria dos aeroportos no Brasil e a construção de novos aeroportos por meio do Novo PAC.

“Apesar de todas as dificuldades, nós tivemos no ano de 2023, em relação a 2022, um crescimento de 15% na aviação brasileira. Saímos de 98 milhões de passageiros para 112 milhões e a gente espera, em 2024, chegarmos a mais de 125 milhões de passageiros no Brasil”, disse.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]