Rio de Janeiro (AG) Depois de bater cabeça durante anos, parece que as softwarehouses finalmente desvendaram o maior dos enigmas do ciberespaço: o que busca o internauta? A resposta, óbvia a princípio, foi: ele procura facilidade, quer aplicativos rápidos com funcionalidades simples que façam diferença em seu dia-a-dia. Algo como o Google vem fazendo há algum tempo, ao criar ferramentas que, em vez de criar barreiras, facilitam o acesso do usuário a serviços e ferramentas de comunicação. Esta nova filosofia, adotada recentemente também pela Microsoft, parte do pressuposto de que o ideal, na internet, é estender ao máximo a praticidade do desktop.
Desktop é o ambiente de trabalho virtual que, de tão incorporado às operações básicas que efetuamos no micro, acaba se tornando transparente. É nele que encontramos as janelas que facilitam o acesso aos aplicativos, é nele também que estão os ícones que servirão de atalho e é também ele o responsável por traduzir o estilo do dono. Pois é exatamente assim que agem produtos novos como o Gmail e, agora, o Windows Live Mail, um dos novos membros da família Live, do MSN (leia-se Microsoft).
Candidato a substituto do Hotmail, o mais popular dos webmails à disposição no ciberespaço, o Live Mail tem como função transformar a experiência do internauta num grande passeio pelos aplicativos de desktop. Ou, em último caso, fazer o usuário esquecer que está conectado, de tão incorporado que o aplicativo se tornou ao seu micro.
A Microsoft fez (e ainda está fazendo) de tudo para seduzir os que já caíram de amores pelo arqui-rival Google e seu revolucionário Gmail. E não estamos falando apenas de contas gigantescas (o Gmail oferece 2 GB, mas o espaço cresce conforme o cliente vá gastando); isso, o Windows Live também tem. Falamos de simplicidade.
Já que comunicação foi eleita como prioridade na nova geração de softwares, nada melhor que oferecer conexão entre serviços a princípio diferentes. Foi pensando nisso que a Microsoft lançou o Windows Live Messenger 8, também em versão beta, que oferece a possibilidade, por exemplo, de compartilhamento de arquivos em redes P2P, ou seja, os usuários podem trocar arquivos com contatos de sua lista. Estas pastas de compartilhamento também ganharam um visual mais desktop.
A mudança no MSN Messenger e sua incorporação ao mundo desktop, através da ligação com os outros membros da família Live, se justifica: ele está presente nas máquinas de 17 milhões de internautas brasileiros, segundo dados do Ibope Net/Ratings. O número corresponde a 70% dos internautas ativos no Brasil, que é, hoje, a terceira maior base instalada de usuários de messenger no mundo. Ainda segundo o Ibope, em alcance de espectadores, o Messenger é a segunda maior mídia depois da TV aberta.