Diante do recuo dos preços da soja no último mês, o produtor deve segurar a comercialização antecipada da soja neste ano. "O produtor está partindo de uma safra com custos muito elevados e vai segurar a comercialização do grão até encontrar uma resposta melhor de preços", afirma Fernando Pimentel, sócio da Agrosecurity.

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"O atraso nas vendas assusta o produtor, mas assusta ainda mais a indústria que trabalha com estoques", explica o consultor. O levantamento realizado pela Agrosecurity, feito em parceria com o serviço meteorológico Climatempo, mostra que comercialização antecipada, muito comum no Centro-Oeste, está muito atrasada por conta deste cenário de volatilidade nos preços da commodity na bolsa de Chicago.

Na avaliação de Pimentel, o setor passa por uma fase de transição depois de enfrentar problemas para captar recursos em meio à redução da oferta de crédito nesta safra e a saída da Agrenco. "Estamos vendo uma mudança na matriz de financiamentos no cerrado em 2008/09", afirma. O consultor considera que alguns produtores para ter recursos no período pré-colheita poderão recorrer ao sistema financeiro, mesmo com os juros mais elevados

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Segundo ele, uma sinalização desta mudança é que o sistema financeiro está começando a prospectar os produtores no Mato Grosso. Pimentel avalia que este cenário é mais provável com produtores médios, com áreas entre 2.500 e 3000 mil hectares. "São produtores que dão um volume razoável de operações de crédito entre R$ 8 e R$ 10 milhões", afirma.

Pimentel observa que no Sul, onde os produtores fizeram venda antecipada pela primeira vez na safra 2007/08, o fenômeno não deve se repetir. "Se a soja não voltar ao patamar de US$ 15/bushel, a tendência é segurar a venda no Sul", explica.

Nas projeções de preço apresentadas hoje, feitas com base nas sinalizações do mercado futuro, a Agrosecurity estima preços de R$ 43 a R$ 45 por saca de 60 kg de soja entre maio e junho do próximo ano.