Quinze pessoas foram presas ontem no Paraná e em Santa Catarina acusadas de participar de um esquema de sonegação fiscal na venda de combustíveis que pode ter movimentado R$ 50 milhões a cada ano de atuação. Outras duas ordens de prisão ainda não foram cumpridas.
A Operação Medusa, liderada pela Delegacia de Estelionato e Desvio de Carga da Polícia Civil do Paraná, efetuou as prisões em Curitiba, Araucária e Umuarama, no Paraná, e Rio do Sul, Itajaí, Indaial, Balneário Camboriú, Navegantes e Apiúna, em Santa Catarina.
Foram presos os empresários Osvaldo Zaguine, Wanderley Rosa e Leandro de Oliveira Souza, proprietários da distribuidora de combustíveis Ciax, de Umuarama; Reginaldo Siquela, proprietário da MR Transportes, e Luiz Benvenutti e Eduardo Prado Júnior, donos da distribuidora DCP e da AGN Armazéns (todas catarinenses).
Também estão presos no Centro de Triagem de Piraquara (região de Curitiba) os auditores fiscais da Receita Estadual João Linhares e Alceu Cardoso Júnior, acusados de aceitar propina. De acordo com o diretor da Receita, Luiz Carlos Vieira, será aberto um inquérito administrativo e eles podem ser afastados. Os demais presos seriam auxiliares do esquema.
O caso foi investigado durante seis meses, tendo como ponto inicial a abertura de um posto de combustíveis em Curitiba em nome de um "laranja". Por trás estava a distribuidora Ciax. De acordo com a polícia, ela estaria usando empresas de fachada e notas frias para vender combustível, principalmente álcool, com transporte irregular para postos como se fosse para filiais da empresa. A ramificação catarinense faria o transporte e o suborno de fiscais.
A pena nesses casos pode chegar a 11 anos de prisão, por formação de quadrilha e crime contra a ordem tributária.
Nas empresas a polícia apreendeu computadores, documentos, uma arma de fogo e um avião que seria usado pela quadrilha, além de R$ 3 milhões em cheques e R$ 60 mil em dinheiro.
O delegado responsável, Marcus Michelotto, diz que o volume das apreensões e o número de pessoas presas indicam que a operação terá desdobramentos. "A partir dos depoimentos deveremos chegar a outras pessoas envolvidas", diz, referindo-se a postos de gasolina que também sonegam.



