A estimativa de lucro da Sony sugere que o caminho para a recuperação da fabricante japonesa de eletrônicos ainda enfrenta obstáculos em um momento em que a empresa encara taxas de câmbio desfavoráveis e forte concorrência.
A Sony cortou empregos, fechou fábricas e reduziu os custos de aquisição para competir melhor com rivais como a Samsung Electronics em TVs e a Apple em música portátil, e espera colher os frutos da sua reestruturação.
A segunda maior fabricante mundial de TVs LCD, atrás da Samsung, prometeu tornar suas operações de televisão e games rentáveis este ano ao reduzir os custos de produção e aumentar as vendas da unidade, ajudada pelo lançamento de TVs 3D e jogos 3D em junho.
"As previsões de lucro da Sony são uma boa indicação de seu rumo para um caminho de crescimento após uma série de medidas de reestruturação", disse Ryosuke Katsura, analista da Mizuho Securities. "Mas existe o risco de a empresa precisar enfrentar um acúmulo de estoques à medida que a competição se acirra ao final do ano caso a economia desacelere."
A Sony espera que lucro operacional de 160 bilhões de ienes (1,7 bilhão de dólares) no ano até março de 2011, contra um lucro de 31,8 bilhões de ienes no ano anterior. A expectativa média de analistas era de um ganho de 209,3 bilhões de ienes, segundo a Thomson Reuters I/B/E/S.
Capitalizar o interesse crescente dos consumidores em imagens 3D pode ser um dos últimos grandes desafios enfrentados por Howard Stringer, presidente-executivo de 68 anos e ex-jornalista que não conseguiu devolver à empresa um elevado nível de rentabilidade, apesar de uma série de grandes reestruturações desde 2005.
O histórico recente da Sony em novas oportunidades de negócio não é bom. A criadora do walkman foi atropelada pela Apple em música e pela Nintendo e seu Wii em videogames.
A Sony prevê crescimento de 5,4 por cento na receita anual, para 7,6 trilhões de ienes. A empresa projeta que as vendas de TVs LCD vão saltar 60 por cento, para 25 milhões de unidades, e que o crescimento das vendas do PlayStation 3 será de 15 por cento, enquanto câmeras digitais terão expansão de quase 10 por cento.
A empresa afirmou que conseguiu reduzir custos de produção do PS3 abaixo do preço de venda em março, permitindo à empresa finalmente lucrar com o console mais de três anos após seu lançamento.
O drive Blu-ray e o chip Cell do PS3 ajudam a produzir gráficos muito detalhados para os jogos, mas até recentemente vinham forçando a Sony a sofrer prejuízos a cada console vendido.
Para os três meses encerrados em 31 de março, a Sony registrou prejuízo operacional de 56 bilhões de ienes, contra um prejuízo de 294,3 bilhões de ienes um ano antes.
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