| Foto: Divulgação

Vinte e dois anos depois de ser criada nos Estados Unidos, a sorveteria Cold Stone Creamery vai chegar ao Brasil – e Curitiba é a primeira cidade a receber a marca. Os responsáveis pela novidade querem provar que, mesmo numa cidade fria, o negócio pode ter sucesso. O desafio é grande, já que a previsão de abertura é em agosto – em pleno inverno. Em cinco anos, 25 novas lojas serão abertas no país e, em todas elas, haverá uma pedra de mármore a três graus negativos para a preparação dos sorvetes. Em entrevista ao repórter Fábio Pupo, o executivo-chefe da recém-criada Cold Stone Creamery do Brasil, o curitibano Leonardo Ribas Gomes (foto), disse que o investimento inicial no negócio é de US$ 2 milhões (cerca de R$ 3,3 milhões).

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Vocês abrirão uma sorveteria em Curitiba, que não é uma cidade quente, no meio do inverno. Como contornar esse problema?

Curitiba é uma cidade-teste para várias empresas, porque o público daqui é exigente. Queremos provar que o produto dá certo mesmo nesse mercado. Temos um produto "premium", portanto a loja será no Batel ou no Cabral, bairros de grande público e de alto poder aquisitivo. Para diminuir os efeitos negativos do inverno, vamos incrementar nossas lojas com alguns produtos extras, inspirados em experiências feitas nas lojas norte-americanas. Além do sorvete, teremos o frozen yogurt, que é um sucesso em várias marcas. Também teremos cafés com opções de salgados, o que mantém o movimento fora do verão, e sucos naturais e smoothies (misturas que costumam ter sucos, iogurtes e sorvetes).

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Mas a empresa vai enfrentar concorrência forte...

Fizemos pesquisas e analisamos potenciais concorrentes. Nenhum deles é uma rede nacional de sorvetes. Algumas marcas têm grandes redes, como D’Vicz, Freddissimo, Caramba e Mil Frutas. Mas nenhuma delas está presente em todas as regiões do Brasil, do Sul ao Nordeste. Nossa intenção é que as 25 lojas, exigidas por contrato num prazo de cinco anos, sejam espalhadas pelo país. Mas, se essa distribuição não der certo, posso abrir várias só em São Paulo, por exemplo. Em todo o processo de vinda da marca ao Brasil e abertura das duas primeiras lojas, investiremos US$ 2 milhões.

A operação brasileira terá alguma diferença em relação a outras do mundo?

Importaremos vários sabores que já existem nas lojas dos Estados Unidos e teremos pelo menos um sabor criado especialmente para as lojas daqui. Com o tempo, aumentaremos o número de sabores exclusivos. Para conseguir matéria-prima, estamos verificando se existem empresas de laticínios daqui que cumprem alguns requisitos da marca. Caso contrário, importaremos pelo menos a base do sorvete. O resto é feito na frente do cliente, o que é uma característica da marca, além da pedra congelada a menos três graus usada no preparo – chamada no mundo de "the stone".

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Trem animado

A Ferroeste está entre as menores ferrovias do Brasil. Pertencente ao governo do Paraná, ela liga Cascavel a Guarapuava, tem pouco menos de 250 quilômetros e ainda luta para provar que é economicamente viável. Mas, curiosamente, a estrada de ferro parece despertar a megalomania dos que passam a comandá-la. O ex-presidente Samuel Gomes, por exemplo, cruzou as divisas do Paraná e até as fronteiras do país para divulgar seu projeto de construir uma ferrovia que ligaria os portos de Paranaguá e Antofagasta, no Chile, tendo como base a atual estrutura da Ferroeste. O novo governo estadual, que assumiu com um discurso mais pé no chão, disposto a colocar as finanças da estatal em dia, logo se encantou com o aparentemente pujante futuro que aguarda a ferrovia. E vem disparando vários comunicados à imprensa, dando conta dos avanços do plano de interligar Cascavel a Maracaju (MS) e, depois, Guarapuava a Paranaguá. A ideia é boa e, dizem, o governo federal ficou entusiasmado – como havia ficado das outras vezes. Resta saber se desta vez o dinheiro vem.

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Águas vão rolar?

O Paraná pode ganhar cerca de 200 novas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) nos próximos anos. Segundo levantamento do governo estadual, esse é o total aproximado de projetos parados no estado, em sua maioria por falta de licença ambiental. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema) e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) estão montando um grupo que será responsável por dar agilidade ao processo de liberação. Estima-se que o investimento total nessas PCHs fique próximo de R$ 7,5 bilhões.

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O acúmulo se deve ao fato de que os projetos privados de pequenas usinas ficaram embargados durante toda a gestão de Roberto Requião. IAP e Sema haviam iniciado a avaliação dos empreendimentos no segundo semestre do ano passado, sob a gestão de Orlando Pessuti, mas admitiam que a falta de pessoal não permitia grandes avanços.

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A expectativa do governo Beto Richa é analisar todos os projetos dentro de seis meses, o que significa avaliar mais de um por dia, em média. Resta saber se haverá gente suficiente para isso e se, em meio a essa correria, não há o risco de serem liberados projetos agressivos demais ao meio ambiente.

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Mais três

A rede paranaense Balaroti tem projeto para três novas unidades ainda neste ano. A primeira, com 3 mil metros quadrados de área, será inaugurada nesta terça-feira, no bairro Pinheirinho, na região da Linha Verde, em Curitiba. As outras duas também serão em áreas ditas estratégicas, de grande crescimento na cidade, mas a diretoria da empresa guarda segredo quanto à localização. No total, a rede conta com 18 unidades, 16 delas no Paraná e duas em Santa Catarina.

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Concorrente do Balaroti, a Cassol Centerlar também anuncia inauguração. Sua terceira unidade em Curitiba, que será aberta no dia 10, será dentro do Shopping Total, no bairro Portão. A loja recebeu investimentos de R$ 12 milhões e vai gerar 200 empregos diretos.

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Momo

A folia carnavalesca será até 25% mais etílica neste ano. Esse é o aumento que a rede de supermercados Extra projeta para as vendas de cerveja. A expansão do consumo de destilados deve ser um pouco mais modesta, com alta de 15% em relação ao carnaval passado. A mesma taxa de crescimento é esperada para as fantasias infantis, cuja gama inclui Ben10, Toy Story, Hot Wheels para os garotos e Cinderela, Barbie, Branca de Neve e a Bela Adormecida para as meninas.

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Bacalhau árabe

Depois de uma versão própria do pastelzinho de Belém, a rede Habib’s faz nova investida na culinária lusitana. Desta vez, a franquia de comida árabe em regime de fast-food se aventura pelo clássico bolinho de bacalhau. Segundo a empresa, que tem 330 lojas em 110 cidades, foram importadas 450 toneladas de bacalhau português, que chegaram ao Brasil em 40 contêineres. O bolinho será posto à prova do paladar brasileiro a partir de 10 de março, com preços de R$ 0,95 a R$ 1,10 a unidade.

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Amigo Alencar

O ex-vice presidente da República José Alencar vai receber o título de "Amigo da Microempresa". A homenagem foi aprovada por autoridades e lideranças empresariais de 21 estados que participaram, na sexta-feira, da 8.ª Convenção Nacional da Micro e Pequena Empresa, em Curitiba. Alencar foi o palestrante da primeira edição do evento, em 1985, quando, ciente das dificuldades do setor, pagou do próprio bolso suas despesas na cidade.

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Nesta última convenção, os participantes discutiram a criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa (ideia cogitada pelo governo federal) e assuntos como inflação, financiamentos, capacitação e Nota Fiscal Eletrônica.

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Chefe premiado

O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) terá presidente novo no Paraná a partir de março. No lugar de Henrique Gaede, assume o administrador de empresas Luiz Antônio Giacomassi Cavet , CFO (principal executivo da área financeira) do Grupo Ecoverdi, aclamado presidente há duas semanas. O executivo iniciou a carreira no Bamerindus e passou pelos bancos HSBC e Votorantim antes de assumir o cargo de CFO da processadora de soja Imcopa, onde ficou por seis anos e foi homenageado, em 2006, com o prêmio "O Equilibrista", concedido pelo Ibef.