1,8% é a estimativa do superávit primário (economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida) do Brasil em 2013, segundo a agência de classificação Moodys. A agência estima que o superávit deve subir para 2,1% do PIB em 2014.
A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) pode rebaixar o rating soberano do Brasil em um nível este ano, mesmo antes das eleições de outubro, disse ontem o diretor responsável por Ratings Soberanos na S&P, Joydeep Mukherji, em uma mesa redonda com jornalistas norte-americanos e estrangeiros. "Não vamos atar nossas mãos porque tem uma eleição geral no Brasil e por isso não podemos fazer nada. Há a possibilidade de o rating brasileiro ser rebaixado este ano", afirmou Mukherji.
Se ocorrer um rebaixamento seria em um nível e o Brasil continuaria a ser classificado como "grau de investimento", disse o diretor da S&P. "Não é um colapso", afirmou. O rating brasileiro foi colocado pela S&P em perspectiva "negativa" em junho do ano passado. "Naquele momento dissemos que a perspectiva poderia ser por até dois anos, assim, podemos rebaixar antes das eleições ou após", disse Mukherji.
O diretor da S&P ressaltou que não há um fator principal capaz de desencadear o rebaixamento da classificação de risco do Brasil. Mesmo o fraco crescimento do país não seria o motivo principal. Mukherji ressaltou que, ao contrário do México, o Brasil tem tido uma deterioração gradual em seu perfil econômico e a S&P tem chamado atenção para certas tendências na política monetária e fiscal, que inclui os repasses do governo para os bancos públicos, além de outros fatores que podem levar a um rebaixamento.
O ex-ministro da Fazenda Luís Carlos Bresser-Pereira, afirmou que as preocupações da agência têm sentido. "Eles (a S&P) têm razão porque durante o ano de 2013 o Brasil perdeu a confiança dos mercados estrangeiros. Dizem que é pela política fiscal, mas não é. É por causa do déficit em conta corrente", disse Bresser-Pereira.
Moody's
No início desta semana, a agência de classificação de risco Moody's anunciou que deve manter a nota do Brasil este ano, caso os indicadores econômicos fiquem parecidos com os de 2013. Pelos cálculos da Moody's, o Brasil deve ter crescido 2,1% no ano passado e deve avançar 2% em 2014.
Fitch diz que classificação de risco do país pode ser mantida em 2014
A diretora para a América Latina de notas soberanas da Fitch Ratings, Shelly Shetty, afirmou que o rating brasileiro poderá ser mantido neste ano caso as condições de crescimento e de gestão fiscal fiquem em linha com as previsões da agência de classificação de risco.
Ela estima que o crescimento do país saia de uma alta entre 2,2% e 2,5% em 2013, para uma elevação de 2,5% neste ano. Shetty também prevê que o superávit primário ficará estável neste período, em 2% do PIB. "Tais condições econômicas serão consistentes com o rating atual", destacou. A nota soberana do Brasil é BBB e a perspectiva é estável, indicadores que estão sendo mantidos pela instituição desde 2011. Ela estima que a dívida pública bruta pode ter ficado em 59% do PIB no ano passado e que mantenha essa marca também em 2014.
A diretora mencionou ainda que o governo "mostra sinais de que deseja melhorar a credibilidade" da política econômica. "O fim da contabilidade criativa é uma ótima indicação, pois dá mais transparência às contas públicas", apontou. De acordo com Shelly Shetty, um outro bom sinal de mudança da atuação do Poder Executivo no curto prazo foi a realização de leilões de concessões públicas em infraestrutura.
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