A Standard and Poor's 500 colocou o rating dos Estados Unidos em perspectiva negativa, aumentando a pressão sobre o governo Obama e o Congresso para reduzir o enorme déficit orçamentário federal.

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A S&P, que classifica países com notas de crédito para orientar investidores sobre riscos envolvidos na compra de instrumentos de dívida, disse que o movimento sinaliza uma chance em pelo menos três de que os EUA tenham eventualmente seu rating de longo prazo "AAA" cortado dentro de dois anos.

Um rebaixamento, que deixaria Alemanha e França com ratings mais elevados, prejudicaria a condição dos Estados Unidos de economia mais poderosa do mundo e o papel do dólar como a moeda dominante no mundo.

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Como investidores exigem mais prêmio para deter dívida norte-americana, agora mais arriscada, o resultante aumento nos yields dos bônus dos EUA elevaria os custos de financiamento para consumidores e empresas. Isso ameaçaria a economia à medida que ela se recupera da pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial.

"Esse novo alerta ressalta a necessidade de os EUA assumirem um melhor controle de seu destino fiscal caso queiram evitar custos de financiamento mais altos e manter seu papel central na economia global", disse Mohamed El-Erian, presidente-executivo da Pimco, que gerencia 1,2 trilhão de dólares em ativos.

Após o anúncio da S&P, os preços dos títulos de prazo mais longo do governo norte-americano subiam, enquanto os principais índices de ações em Nova York recuavam mais de 1 por cento. O dólar, contudo, mantinha os ganhos frente ao euro.

O custo do seguro contra um default do Tesouro dos EUA saltava à máxima do ano, embora permaneça abaixo dos elevados níveis alcançados em março de 2009, quando temores de uma recaída na recessão ganharam força.

BATALHA ORÇAMENTÁRIA

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A ameaça de um rebaixamento no rating ressalta as divergências entre o governo democrata do presidente Barack Obama e seus oponentes republicanos na Câmara no que tange a reassumir o controle de um déficit orçamentário de quase 1,5 trilhão de dólares e uma carga de dívida de 14,27 trilhões de dólares.

A Casa Branca anunciou na semana passada planos de cortar 4 trilhões de dólares do déficit ao longo dos próximos 12 anos, a maior parte por meio de corte de gastos e elevação de impostos aos cidadãos ricos. Os republicanos do Congresso querem reduções de despesas mais profundas sem aumento de impostos.

O problema do déficit piorou desde a crise financeira de 2008. Atualmente, para cada dólar que o governo federal gasta, arrecada menos de 0,60 dólar.

O déficit orçamentário --atualmente em quase 10 por cento do PIB e com expectativa de que cresça ainda mais-- provavelmente vai aumentar ainda mais a dívida pública, que já corresponde a mais de 60 por cento do Produto Interno Bruto do país.

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