A agência de classificação de riscos Standard & Poor's (S&P) manteve nesta sexta-feira a qualificação da dívida a longo e curto prazo da França em AA e A-1, respectivamente, devido ao compromisso do Governo de promover reformas, mas indicou que a perspectiva a longo prazo é negativa.
Em comunicado divulgado hoje, a agência reconheceu a determinação do Governo francês em empreender reformas orçamentárias e estruturais apoiando-se nas medidas já anunciadas para reforçar o potencial do crescimento econômico, mas ressaltou que existe o risco de diminuir sua nota ao longo de 2013.
"Acreditamos que as medidas adotadas até agora são úteis, mas não serão suficientes para liberar o potencial de crescimento econômico de maneira significativa", indicou a S&P nessa nota.
A instituição considera que, apesar "da oposição de grupos de interesse bem estabelecidos, as reformas de envergadura sustentarão a estratégia de consolidação orçamentária" e melhorarão as perspectivas de crescimento da economia francesa, que a agência fixou em 0,4% para 2013.
Esse avanço, segundo a S&P, estará marcado pela aplicação do programa de consolidação orçamentária, o enfraquecimento do consumo e uma evolução "incerta" do comércio exterior.
A S&P acredita que contribuíram para a perda de competitividade da França a rigidez estrutural do mercado de trabalho, a concorrência "relativamente limitada" em certos setores de serviços e uma fiscalização excessiva.
A agência destaca que a França goza de uma "economia rica, muito diversificada e resistente, uma mão de obra qualificada e produtiva e uma taxa de economia elevada", mas recomenda a reforma do mercado de trabalho e do setor de serviços para aumentar a competitividade e seu crescimento.
A perspectiva negativa que associa à sua qualificação, segundo o comunicado, está ligada à possibilidade de aumentar a deterioração das previsões de crescimento e à hipótese de o Governo não conseguir aplicar as reformas nesses dois âmbitos citados.
Além disso, a S&P teme a manutenção do déficit público "em níveis próximos ao atual", a deterioração das condições de financiamento exterior e que a alta dos riscos econômicos e financeiros da eurozona conduza a um "aumento substancial" dos compromissos da França.
A agência aponta, no entanto, que a perspectiva pode passar de negativa a "estável" se for reduzido o déficit e se as reformas empreendidas derem frutos e favorecerem a competitividade e o crescimento econômico.
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