A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) resolveu manter a nota de crédito do Brasil dentro do patamar considerado “grau de investimento” – ou seja, manteve o selo de “bom pagador” do país. A notícia foi recebida com grande alívio dentro do governo, que avaliou que a decisão da agência mostrou um voto de confiança no plano de ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

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Standard & Poor’s rebaixa avaliação de crédito da Petrobras

  • rio de janeiro

Pressionada pelas investigações sobre corrupção em seus contratos, a Petrobras teve sua avaliação de crédito individual rebaixada pela Standard & Poor’s (S&P). Nesta segunda-feira (23), a agência também revisou a perspectiva sobre o rating de crédito global da empresa, que saiu de “estável” para “negativa”, indicando um cenário de desconfiança sobre a capacidade de recuperação da estatal no curto prazo, diante da dificuldade da geração de caixa e atraso na curva de produção.

A nota global da Petrobras foi mantida em BBB-, o último degrau que garante condições favoráveis de investimento na companhia. Com a perspectiva negativa, entretanto, a agência sinaliza que as fragilidades atuais da companhia podem significar um rebaixamento para nível especulativo numa próxima avaliação.

A S&P manteve a nota do Brasil em BBB-, a mais baixa dentro do patamar de grau de investimento, e com perspectiva estável. Se tivesse baixado o rating, o país entraria no patamar de grau especulativo, o que traria diversas implicações negativas – o acesso ao crédito no mercado internacional, por exemplo, ficaria mais difícil e mais caro. Nas outras grandes agências de rating, a Fitch e a Moody’s, o Brasil está no segundo patamar mais baixo do grau de investimento. Ou seja, pode ser rebaixado em um nível e ainda manter o selo de bom pagador.

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A S&P informou que a manutenção da nota brasileira reflete a expectativa de que o ajuste fiscal em curso terá apoio da presidente Dilma Rousseff e do Congresso Nacional, apesar do cenário político e econômico desafiador.

Sinais positivos

Para os analistas da S&P, apesar das dificuldades enfrentadas pelo governo, as sinalizações de política econômica neste segundo mandato de Dilma mudaram “consideravelmente”.

No comunicado da decisão, a agência citou o esforço do governo para executar o ajuste fiscal e o aperto monetário por parte do Banco Central para conter a inflação.

O anúncio da S&P ocorreu 17 dias após uma missão da agência deixar o país, onde se reuniu com autoridades da equipe econômica, lideranças políticas e representantes do setor privado.

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