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Sistema bancário

Spreads e juros em alta mantêm lucro dos bancos

Itaú Unibanco registrou lucro líquido de quase R$ 15 bilhões entre janeiro e setembro deste ano | Antonio More/Gazeta do Povo
Itaú Unibanco registrou lucro líquido de quase R$ 15 bilhões entre janeiro e setembro deste ano (Foto: Antonio More/Gazeta do Povo)

Apesar do mau momento da economia, os maiores bancos privados brasileiros obtiveram lucro nos três últimos trimestres. De janeiro a setembro, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander arrecadaram um total de R$ 30,45 bilhões, o que representou um crescimento de 24,12% em comparação com o mesmo período do ano passado.

INFOGRÁFICO: Confira o índice do spread e das taxas de juros em 2014

Os lucros ocorrem mesmo no momento em que o crescimento da oferta de crédito deve ser a menor dos últimos anos – 12%, segundo previsão do Banco Central, contra 31,1% registrado seis anos atrás.

Para o especialista em instituições financeiras da agência Austin Rating, Luis Miguel Santacreu, a lucratividade dos bancos é influenciada também por negócios que vão além do crédito. "Os sistemas bancários são grandes conglomerados, não dependem apenas do crédito. Eles têm várias atividades e oferecem outros produtos e serviços como seguradoras, previdência, capitalização e receita com fundos", explica.

Segundo ele, no entanto, os altos juros no crédito livre e o aumento dos spreads (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e por aquilo que cobram dos clientes na hora de conceder empréstimos) estão contribuindo para elevar a rentabilidade das instituições.

O spread é determinado por diversos fatores, como o lucro dos bancos, a taxa de inadimplência, despesas, tributos, entre outros. Quanto maior o índice, mais os bancos lucram. O spread geral (livre e direcionado) para pessoas físicas e jurídicas foi de 12,8 pontos percentuais (pp) em outubro, uma variação de 1,2 ponto nos últimos 12 meses. O índice era de 11,6 pontos no mesmo mês do ano passado.

Modalidade livre

Os spreads são maiores principalmente para pessoas físicas na modalidade crédito livre (sem destinação específica). Em julho desse ano, o índice foi de 31,7, o maior na série histórica desde 2011, o que representou uma variação de 5,3 pontos no ano. Hoje, está em 31,1 pontos. Santacreu explica que os spreads estavam baixos em anos anteriores por causa da concorrência entre os bancos e da maior oferta de crédito. "Apesar de estarem crescendo, os spreads não estão disparando", pontua.

Otto Nogami, professor do MBA Executivo em Finanças do Insper, explica que o aumento dos spreads está relacionado com os riscos dos bancos com os maus pagadores. "Na composição das taxas de juros entra o risco comercial, as taxas de inadimplência. Isso é o que mais pesa para o aumento dos spreads e quando isso está incorporado, representa ganhos para os bancos."

As taxas de juros no crédito livre também subiram nos últimos meses e atingiram o maior índice na série histórica desde 2011 nesse mês de outubro, com 32,8%.

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