Montar circuitos, programar sensores e tirar do papel projetos que envolvem conceitos de eletrônica podem soar como tarefas impossíveis para quem não é do ramo. Mas dois jovens de Curitiba querem provar que mesmo crianças podem dar conta do recado – se tiverem os instrumentos certos à mão.
Egressos do curso de Engenharia Eletrônica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), os amigos Ismael Dias e Pedro Chianca fundaram em julho deste ano a Elétron, uma startup que quer democratizar o acesso ao ensino de eletrônica e programação, permitindo que futuros engenheiros e desenvolvedores comecem a estudar e praticar logo cedo. Para isso, os dois criaram kits com peças elétricas coloridas e feitas de madeira que lembram os tradicionais blocos de Lego.
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A ideia surgiu após a dupla ter participado de um projeto social em Guaraqueçaba, em que 200 crianças receberam lições de eletrônica no “modo tradicional”. A experiência foi estimulante, mas, ao mesmo tempo, trouxe à tona as limitações dos velhos circuitos cheios de fios, poucos atrativos para os mais jovens. Dias e Chianca desenvolveram então as novas peças dotadas de ímãs, que, ao serem encaixadas umas nas outras, mostram na prática como circuitos funcionam e inclusive podem virar aparelhos de verdade, como alarmes, sensores de iluminação e até motores para carros de brinquedo.
“A intenção é despertar nessas crianças a vontade delas de fazer as coisas. Em vez de usarmos um monte de fio e peças complexas que os professores usavam vinte anos atrás, trabalhamos com ímãs, que são mais simples e divertidos”, relata Dias.
A startup criou três kits diferentes recheados de sensores, chaves, LEDs e até uma placa de Arduino, que pode ser programada com a ajuda de um software open source do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que acompanha o pacote – o kit básico sai por R$ 299 e permite fazer ao menos 100 circuitos diferentes.
Largada
Recém-saídos da faculdade (concluíram o curso em março deste ano), Dias e Chianca investiram dinheiro do próprio bolso para viabilizar o novo negócio – a soma para dar a largada foi pequena, cerca de R$ 3 mil. Ajudou (e muito) o fato dos dois continuarem contando com a ajuda da estrutura dos laboratórios da UTFPR e das ferramentas do Penal Coworking, onde estão instalados, para seguirem desenvolvendo novas peças.
Apesar dos kits estarem sendo vendidos individualmente na internet, a startup aposta em parcerias com escolas e empresas para ganhar mercado e escala. O primeiro pedido de maior porte já aconteceu: a Bosch adquiriu 20 kits para um projeto na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), com crianças a partir dos 10 anos.
“Nosso principal alvo são as escolas. Não queremos dar aulas, mas sim oferecer suporte e tornar viável o ensino de programação e eletrônica em qualquer idade”, resume Chianca.
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