| Foto: BigStock

Uma pesquisa acadêmica sobre o mercado de eventos mudou a vida de Camila Florentino há cinco anos. A turismóloga descobriu que formaturas e festas pessoais e corporativas são oferecidas por meio de até sete intermediários — o que gera uma diferença de até 60% entre o valor pago pelo consumidor e o recebido pelo funcionário que, de fato, realizou o trabalho. A partir dos resultados, ela criou a Celebrar, plataforma de colaboração de profissionais do setor.

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“Queria que o profissional que exerce o trabalho realmente recebesse pelo serviço. Auxiliamos desde a criação de CNPJ até a precificação. Conectamos também o fornecedor a quem precisa do serviço”, explicou Camila, fundadora e CEO da startup, nesta segunda-feira (7/10), na Feira do Empreendedor do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), em São Paulo.

Para ganhar robustez, a Celebrar foi acelerada pela Estação Hack, centro de inovação do Facebook. A startup possui mais de 1 mil profissionais cadastrados em seu banco de dados e contabiliza 4.800 serviços oferecidos. “Temos casos de profissionais que ganhavam R$ 1.500 por mês e agora ganham R$ 10 mil”, destacou. Para referendar a qualidade do serviço, cada cliente dá uma nota aos prestadores e o escore fica visível no site da empresa.

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Negócios de impacto social

A startup de Camila faz parte dos 800 negócios de impacto social contabilizados pelo Sebrae, em parceria com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Essas empresas movimentam cerca de US$ 60 bilhões anualmente em nível global e registram aumento aproximado de 7% ao ano, segundo levantamento da Ande Brasil (Aspen Network of Development Entrepreneurs), uma rede de empreendedores de países em desenvolvimento.

Negócios de impacto são empresas que ganham dinheiro e fazem o bem ao mesmo tempo. Ou seja, não são instituição filantrópicas. Pelo contrário, elas utilizam parte do lucro em ações positivas à humanidade e ao planeta.

Na avaliação de Eduardo Lopes, diretor da Estação Hack, o empreendedorismo social é caracterizado por uma ideia de negócio que resolve o problema de milhões de famílias — como as que tiveram aumento de renda por conta da Celebrar. “Ninguém inventou nada do zero. A tecnologia, na maioria das vezes, já existe. Eles [empreendedores] simplesmente criam um projeto que ajuda outras pessoas”, acrescentou.

Parceria com iniciativa privada

Para disseminar o empreendedorismo social, a Yunus oferece treinamentos imersivos às grandes corporações — além de acelerar startups que já nasceram neste meio. “Queremos desbloquear o potencial das empresas para inovar, sem deixar que elas se conectem a algum problema e entreguem valor à população”, afirmou Tulio Notini, diretor da Yunus Corporate Innovation, na feira do Sebrae.

De acordo com o executivo, a organização já atuou com a marca de água mineral Ame, da Ambev, para levar água potável à população do semiárido brasileiro, e com a fabricante de veículos MAN América Latina, para criação de projetos em mobilidade. A entidade também lançou este ano uma aceleradora em conjunto com a Neo Química, com foco na atenção primária à saúde. “Aceleramos mais de 40 startups de forma independente e 35, em parceria com a iniciativa privada”, contabilizou Notini.

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