Muito ainda se discute sobre a equidade (ou a falta dela) de espaço, representatividade e reconhecimento das mulheres no mercado de trabalho. E, assim como ocorre em outros segmentos, as startups estão de olho nas oportunidades de negócios e de desenvolvimento que o tema possibilita.
A representatividade feminina no ambiente profissional é a base que fundamenta a HerForce, por exemplo. Lançada há cerca de 10 meses, a plataforma se coloca como a primeira a fazer a ponte entre mulheres que desejam se recolocar no mercado ou progredir na carreira e empresas que apostam na diversidade de seus quadros como forma de alavancar seus resultados e equilibrar o ambiente de trabalho.
"A ideia de criar a empresa surgiu da minha experiência pessoal. Eu passei por uma transição de carreira e, durante as entrevistas de emprego, o foco das perguntas sempre estava na minha vida pessoal: se eu era casada, se engravidaria, se meu marido me deixava trabalhar. Isso se tornou um padrão, e comecei a me questionar se outras mulheres passavam por isso", conta Silaine Stüpp, fundadora da HerForce.
Conectar e avaliar para valorizar empresas e profissionais
A partir destas experiências, Silaine concluiu que, mais do que simplesmente ofertar vagas, a plataforma poderia funcionar como um espaço no qual as mulheres pudessem validar as empresas e estas, por sua vez, obter credibilidade em relação a seus esforços no sentido de valorizar e potencializar a diversidade em suas equipes.
Assim, a HerForce também funciona como um espaço no qual as mulheres podem avaliar as companhias nas quais atuam ou já trabalharam, destacando suas qualidades ou reportando dificuldades enfrentadas em questões que dizem respeito ao universo de trabalho feminino.
"Quando uma mulher acessa a plataforma, pedimos que ela avalie uma empresa para que contribua com informações que possam ajudar outras mulheres. Todos os comentários são anônimos, e são avaliados critérios como se há representatividade feminina entre as lideranças daquela empresa, se ela apoia a maternidade, entre outras questões", exemplifica a fundadora.
Do ponto de vista das empresas, a plataforma facilita a busca pelas profissionais que possam vir a compor seus quadros, além de funcionar como um instrumento de diagnóstico e apoio a ações que incluam ou reforcem o tema no dia a dia da companhia, por meio de consultoria especializada. Ela engloba desde a pesquisa com as mulheres que já atuam na companhia, para que se conheça a percepção delas sobre o ambiente de trabalho, ao apoio no desenvolvimento de ações que criem novas oportunidades e apoiem a diversidade de gênero no quadro.
"As empresas mais admiradas e que têm um ambiente de trabalho mais propício para o desenvolvimento são as que apresentam maior equilíbrio no que se refere à diversidade de gênero. Quanto maior ela for no quadro, mais a companhia pode responder às mudanças e se manter relevante no mercado", pondera Silaine.
Em média, 150 mulheres acessam a plataforma diariamente e cerca de 70 vagas são ofertadas. Até o momento, 350 empresas já foram avaliadas dentro da HerForce.