Ao mesmo tempo em que batalham por clientes para ganhar mercado, as startups também entram em outra disputa: a da busca por recursos que vão sustentar o desenvolvimento da empresa. Além de editais públicos para financiamentos subsidiados, investidores-anjo, fundos de investimentos, incubadoras e concursos, os programas de aceleração e de incentivo de grandes empresas tecnológicas e universidades também estão na mira dos empreendedores.
A disputa é acirrada. Assim como na banca de investidores, os fundadores precisam demonstrar que o novo negócio é promissor, consistente e tem potencial de crescimento. O mercado brasileiro tem conquistado espaço no ambiente internacional de inovação e o volume de aportes tende a crescer em 2015. "Muitas startups nacionais já passaram pela seleção de aceleradoras estrangeiras e podem ajudar as demais a superar os desafios de crescimento", diz Rodrigo de Alvarenga, representante da rede Startup Grind no Brasil.
Foi a rede que ajudou a viabilizar a participação da EngagED startup de Curitiba criada há um ano por Dalmir Ogliare e Thiago Chaer , no Google Cloud Credits, inaugurando a parceria do programa da gigante da tecnologia com empresas brasileiras. Durante um ano, os fundadores da plataforma de gestão e relacionamento educacional vão criar funcionalidades com produtos e serviços que o Google oferece aos clientes, no valor de US$ 100 mil.
O crédito vai substituir o investimento que os empreendedores teriam de fazer para chegar a novas soluções exigidas pelo aplicativo. "Vamos ganhar um ano em desenvolvimento e garantir funcionalidades para incrementar a rentabilidade do app, multiplicando o investimento", diz Chaer.
Um exemplo disso será o check-in e o check-out de alunos por GPS, que poderá ser aplicado ao EngagED a partir das ferramentas disponíveis no Google, com a segurança que a empresa oferece. O app funciona como um sistema de controle de dados para instituições de ensino, como matrícula, histórico escolar, notas, relacionamento de alunos, gestão administrativa e financeira.
Empurrão
Atento ao desenvolvimento de novas plataformas, o Google criou o programa para fomentar o crescimento das empresas nascentes. Para isso, estabelece critérios mínimos de avaliação, sem limite de vagas. Além de ser de base tecnológica e já estar em andamento, a empresa não pode ter faturamento anual superior a R$ 1 milhão, precisa ter sido aprovada em programas anteriores de aceleração, incubação e investimentos, mas ter recebido aportes de até US$ 500 mil.
Na avaliação de Chaer, o profissionalismo na gestão da EngagED foi fundamental para entrar no programa. "Desde o começo agregamos ao conselho de administração profissionais experientes em negócios e mercado financeiro. Isso nos garantiu a orientação necessária para corrigir erros rapidamente", diz. Até o fim de 2015, a EngagED prevê chegar a R$ 4 milhões em faturamento.