Na dianteira
Conheça outros sites de crowdfunding que são referência no Brasil e no mundo:
Kickstarter
Um dos mais populares, arrecadou somente no ano passado US$ 480 milhões com a ajuda de 3 milhões de pessoas. Ajudou a financiar, por exemplo, o desenvolvimento dos óculos de realidade virtual Rift a startup responsável pelo projeto foi comprada este ano pelo Facebook por US$ 2 bilhões. Site: www.kickstarter.com
IndieGoGo
Lançado em 2008, atende causas de 224 países e recebe doações em cinco moedas. Desde que entrou no ar, já lançou mais de 200 mil projetos, voltados principalmente para o lançamento de produtos e serviços inovadores, desde games e aplicativos até documentários e histórias em quadrinhos. Site: www.indiegogo.com
Catarse
A plataforma brasileira entrou no ar em 2011 e repassou até o momento mais de R$ 5 milhões para 500 projetos, que contaram com o apoio de 50 mil pessoas. É bastante usado para financiar shows, exposições, peças de teatro e álbuns de música. Cobra pela intermediação uma taxa de 13% sobre o valor dos projetos. Site: www.catarse.me
DonorsChoose
Reúne causas propostas por professores de escolas públicas norte-americanas. Existe há mais de dez anos e já arrecadou US$ 243 milhões, que beneficiaram 11,4 milhões de estudantes. Boa parte dos pedidos é para materiais escolares e equipamentos a serem usados em sala de aula, como impressoras, câmeras fotográficas e livros didáticos. Site: www.donorschoose.org
Tecnologia é a área com mais apelo lá fora
Um dos principais passos para quem busca os recursos por meio do crowdfunding é elaborar recompensas para os doadores, que variam conforme a quantia doada, indo desde CDs autografados até a possibilidade de ser o primeiro a testar um produto. O astro do basquete Shaquille ONeal ofereceu este ano uma visita pessoal à casa dos doadores que despendessem a quantia de US$ 15 mil (cerca de R$ 35 mil) para ajudar no desenvolvimento de um game para PC protagonizado pelo ex-pivô.
O diretor de Empreendedorismo da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), Marcelo Nakagawa, lembra que o sucesso das plataformas de crowdfunding está ligado principalmente ao tipo de produto e serviço financiado, e o apelo que têm junto ao público. "A grande sacada de sites norte-americanos, como o Kickstarter, é que, além de eles resolverem o problema de quem precisa do dinheiro, fazem uma curadoria muito boa para colocar produtos inteligentes, com design arrojado. Quem contribui para esses produtos se sente mais descolocado, conectado", reforça.
52% dos 3,3 mil internautas entrevistados por uma pesquisa do portal Catarse afirmaram que têm interesse em apoiar por meio do financiamento coletivo projetos artísticos e culturais feitos de forma independente. Em segundo lugar como área que desperta maior interesse, estão os projetos com viés social ou ambiental (41%).
Consolidado no exterior como uma opção rápida e sem burocracia para custear o desenvolvimento de produtos inovadores, o crowdfunding virou oportunidade de negócio para empresários curitibanos. Startups nascidas na cidade tentam utilizar o sistema de financiamento coletivo on-line para bancar projetos sociais e, no meio do caminho, tornar as plataformas rentáveis tarefa que não tem sido nada fácil, visto a falta de confiança e familiaridade dos brasileiros com as arrecadações pela internet.
Em geral, os portais de crowdfunding se mantêm por meio da cobrança de uma taxa de 5% a 15% do total do projeto disponibilizado no site valor que só fica com os desenvolvedores caso a meta de arrecadação seja atingida. No ar há três anos, o site curitibano ComeçAki (www.comecaki.com.br) já arrecadou mais de R$ 600 mil para 20 causas, valor que, segundo os fundadores, apenas pagou os custos do portal, que cobra 10% sobre cada projeto. Tanto que todos os cinco sócios atuam em outras empresas.
"Ao longo desses anos, acabamos colocando dinheiro no site pelo ideal que temos. Mas há uma grande dificuldade de angariar recursos para conseguir montar uma estrutura comercial real que tenha foco no negócio. Estamos em busca ainda de associados ou investidores-anjo que permitam uma injeção de capital na empresa", afirma um dos sócios do ComeçAki, Eduardo Nicz.
Uma das causas postadas no site recentemente e que teve sucesso foi a construção de um anfiteatro para crianças em Piraquara. A meta era arrecadar R$ 55 mil, mas as doações pelo site somaram R$ 64,5 mil. Em outra ocasião, a plataforma arrecadou R$ 4,4 mil para bancar os custos de passagem, hospedagem e alimentação da carateca baiana Elaine Barreto, de 9 anos, para participar de um campeonato brasileiro da mobilidade no Pará a garota fez jus à ajuda e conquistou a medalha de ouro na competição.
Barreira
A possibilidade de o doador contribuir para algo que não necessariamente é tangível como um produto de tecnologia ou álbum de música é tanto um dos atrativos dos sites de crowdfunding social como também um obstáculo para os desenvolvedores. O diretor da empresa Visionnaire, Sergio Mainetti Jr., se mobilizou para criar uma startup que coleta recursos para bancar tratamentos de saúde (leia texto ao lado). Até o momento, a empresa tem bancado o portal, mas Mainetti reconhece que a opção não pode perdurar para sempre. "Esse é o nosso maior dilema. Abrimos mão da taxa cobrada do valor dos projetos para incentivar mais causas, mas sabemos que teremos de parar com isso em algum momento", afirma.
Site busca doações para tratamentos
O site curitibano CaridadX (www.caridadx.com.br) reúne causas postadas por usuários que buscam recursos para custear tratamentos de saúde, aparelhos médicos e remédios. A plataforma entrou no ar em janeiro deste ano e, até o momento, foram lançadas 21 causas, que chamaram a atenção de 2 mil usuários cadastrados. As doações já chegam a R$ 40 mil, apesar de que poucos projetos alcançaram de fato as metas estipuladas.
Neste caso, fracassar na mobilização não necessariamente é motivo de derrota. Ao contrário da maioria dos sites de crowdfunding, no CaridadX todo valor doado é repassado para a causa, mesmo que as doações não atinjam o limite estipulado. Há pessoas que receberam mesmo valores pequenos, de R$ 25 a R$ 300.
A manutenção e divulgação do site é feita pela publicitária Luma Bonette e o programador José Carlos de Lara Junior. Os dois jovens foram "adotados" pelos empresários Glauco Fürstenberger e Sergio Mainetti Jr, da empresa de desenvolvimento de software Visionnaire. O trabalho é praticamente voluntário: Luma atua em um escritório de advocacia, enquanto José Carlos dirige o site de casa, sem receber por enquanto nada por isso. Os dois reforçam que, no momento, o mais importante é o aprendizado e a oportunidade de terem sua própria startup. Tanto que a taxa de 5% de retorno para o site, em cima do valor total das causas, ainda não é cobrada.
"Vejo mais pelo lado da experiência, da oportunidade, de conseguir contatos", afirma José Carlos.
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