Se as novidades apresentadas pelas empresas participantes da 35ª Mercosuper forem bem aceitas pelo setor supermercadista, a tecnologia vai mudar significativamente a rotina dos supermercados. Novos softwares e aplicativos para dispositivos móveis inovam os processos de compra e também a gestão dessas empresas.
Do ponto de vista do consumidor, as novidades se concentram em oferecer comodidade e economia de tempo. A startup W3O apresenta na feira uma solução que reinventa o processo de compras por meio de QR-Codes. Além de funcionar como um aplicativo de e-commerce normal, a plataforma permite transformar pontos de ônibus, estações de metrô e outros ambientes em postos de vendas dos supermercados. A ideia funciona com uma espécie de gôndola virtual, onde painéis simulam as prateleiras dos supermercados com seus produtos. Dessa forma, as pessoas aproximam os smartphones dos produtos que querem comprar e vão enchendo o “carrinho de compras”.
Conectado ao supermercado por meio de um aplicativo de celular, o cliente pode pedir que as compras sejam entregues em sua casa ou pode retirá-las diretamente na loja. Com essa solução é possível, por exemplo, fazer compras virtualmente no mercado perto de casa enquanto se espera um ônibus do outro lado da cidade. Depois basta passar na loja para retirar os produtos.
A ideia desta solução já vem sendo aplicada em outros países do mundo, mas, segundo Emerson Gomes, CEO da W3O, o desenvolvimento da ferramenta foi feito em Curitiba. “O que nosso produto faz é agregar diferentes soluções tecnológica para o varejo em apenas uma ferramenta”, diz.
Os dispositivos móveis também são carros-chefes nas inovações internas das empresas. A RP Info desenvolveu uma solução tecnológica que dá mobilidade aos caixas dos supermercados. Gilberto Dutra, diretor comercial da empresa, explica que o que deixava os caixas imóveis era a obrigatoriedade de emissão física da Nota Fiscal. Com a mudança na legislação, a nota fiscal pode ser emitida eletronicamente e o caixa ganha mobilidade. “A ferramenta é muito útil em vendas assistidas dentro do supermercado, principalmente nos setores de eletroeletrônicos”, diz.
A mesma empresa investe também em uma solução que vem se popularizando no Brasil nos últimos anos e que deve se consolidar como uma opção para os clientes: o autoatendimento no caixa. “A maior barreira à difusão desta tecnologia no Brasil é a possibilidade de fraude na hora do pagamento, mas esse problema foi minimizado com soluções tecnológicas”, conta Gilberto Dutra. Cadastramento biométrico, câmeras e o cotejamento entre o peso dos produtos e quantidade informada pelos clientes são os dispositivos que dão mais confiabilidade à tecnologia.
Laboratório
A maior parte das empresas que apresentaram novidades tecnológicas está desenvolvendo seus produtos no HUB tecnologias de varejo da Universidade Positivo, onde foi instalado um minimercado que testa inovações para o setor. “A inovação precisa ser validada, e por isso nós estamos com 12 soluções de startups para supermercados sendo testadas na universidade”, relata Fabíola Paes, coordenadora do núcleo de estudos e laboratório de varejo da UP.
Tecnologia permite perfil cada vez mais exato dos clientes
As novas tecnologias aplicadas ao varejo também permitem que os empresários conheçam cada vez melhor seus clientes. A Seed Digital apresentou na feira um sensor que, instalado em supermercados, pode fazer a contagem de pessoas, informar a faixa etária e o sexo do consumidor. Com isso ela fornece relatórios em tempo real das áreas mais atrativas da loja, os destaques das vitrines e também a análise de filas nos caixas.
A Atrativa Web também investe em ferramentas para fornecer mais informações sobre o consumidor para os empresários. Por meio de programas de cadastro de cliente, é possível saber exatamente o perfil de compras de cada um. “É possível saber quais produtos cada cliente consome e em quais horários ele costuma fazer isso. Com essas informações o supermercado pode planejar promoções mais assertivas e conseguir negociar melhores condições com os fornecedores”, explica Leonardo Brodsky, executivo comercial da Atrativa.
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