O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, descartou nesta segunda-feira (24) a possibilidade de uma nova rodada de renegociação das dívidas dos produtores rurais, como defendeu na semana passada a presidente eleita da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), Kátia Abreu.
O pedido também foi apresentado pelos produtores de café, que alegam que a renegociação é uma medida necessária diante da crise Financeira internacional.
Questionado sobre o pedido, Stephanes foi enfático ao afirmar que "não se deve gerar expectativas, pois não vai haver renegociação de dívidas".
Ele disse que, no entanto, o governo não descarta a possibilidade de abrir novas linhas de crédito para refinanciamento de dívidas de alguns setores da agricultura. Na semana passada, o Conselho Monetário Nacional aprovou a criação de uma linha de crédito de R$ 500 milhões para refinanciamento das dívidas de investimento na região Centro-Oeste.
Após participar de um dia inteiro de reunião interministerial, Stephanes disse que o governo tem adotado medidas para minimizar o problema de falta de crédito. Ele reiterou que os problemas do setor serão "administrados pelo governo".
Segundo Stephanes, a preocupação neste momento é com a comercialização da safra que está sendo plantada, que vai exigir do governo uma ação no momento da colheita. Ele também deixou claro que o governo pouco pode fazer para forçar os bancos a emprestar recursos para os agricultores. "O governo não tem controle total sobre o que os bancos privados podem fazer", afirmou Stephanes.
Em relação à reunião interministerial, Stephanes disse que o sentimento é que a crise vai afetar menos o Brasil do que os outros países, porque estão sendo adotadas medidas para evitar que o País pare.
Stephanes admitiu que a crise prejudica o agronegócio brasileiro "A agricultura vai sofrer e já está sofrendo com a crise, mas o impacto será pequeno", disse. Ele admite que as perspectivas são diferentes das imaginadas há um ano, mas disse que o governo vai adotar as medidas necessárias para garantir o desenvolvimento do agronegócio. "É um setor dinâmico", afirmou.
Ele garantiu que o governo vai apoiar a comercialização e vai aproveitar este momento para formar estoques. Para o curto prazo, o ministro disse que o governo deve anunciar uma medida de apoio às cooperativas. Além disso, ele afirmou que o governo está atento às repercussões das medidas de apoio aos produtores do Mato Grosso.
Sobre as vendas de insumos, tema da reunião de uma câmara setorial realizada na tarde desta segunda-feira, o ministro disse que dados do governo mostram que os produtores do Mato Grosso compraram 90% do fertilizante adquirido no ano passado, "o que mostra um quadro de relativa normalidade".
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