Cuiabá - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse ontem, em Cuiabá, que não acredita na possibilidade de uma crise de preços no mercado de soja a partir da próxima safra e que a demanda continuará "muito forte". Segundo o ministro, entretanto, não é possível prever como se comportará o câmbio, um importante fator na determinação dos preços.
Analistas de mercado do Brasil, Estados Unidos e Argentina, mencionaram na quinta-feira durante a Bienal dos Negócios da Agricultura em Cuiabá, a possibilidade de queda nas cotações. Entre os motivos do pessimismo apresentados pelos analistas estão a possibilidade de safras excelentes nos três países, a demanda instável e mudanças na estratégia comercial da China.
O analista americano Darin Newson, um dos participantes da mesa, estimou a possibilidade de o preço à vista do bushel de soja (medida americana que equivale a 27,2 quilos) cair a US$ 6. O brasileiro André Pessoa, da Agroconsult, cogitou um piso de US$ 8 o bushel.
Stephanes, porém, não acredita nessa possibilidade. "Acho que o mundo vai continuar com demanda muito forte em relação à soja. Agora, o que nós temos que analisar é qual vai ser de fato o aumento da produção no mundo", disse. Segundo o ministro, se houvesse um impacto nos preços, ele já estaria acontecendo. O analista André Pessoa, considera que o risco de queda nos preços existe, mas disse discordar do cenário previsto pelo americano Darin Newson. "Acho que chegaremos a um piso de US$ 8 o bushel, o que é preocupante. A soja comercializada a US$ 6 seria uma catástrofe".
Leilões
Na quarta-feira, o ministro Stephanes anunciou a retomada na próxima semana dos leilões para o escoamento da produção agrícola, viabilizados a partir da liberação de uma verba de R$ 1,5 bilhão.
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