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Negociação

STF dá mais 90 dias para conciliação sobre poder de voto da União na Eletrobras

STF dá mais 90 dias para conciliação sobre poder de voto da União na Eletrobras
O ministro Nunes Marques é o relator da ação sobre o poder de voto da União na Eletrobras. (Foto: Andressa Anholete/STF.)

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques prorrogou, nesta quarta-feira (18), por 90 dias a negociação sobre o poder de voto da União na Eletrobras. O governo Lula tenta aumentar sua representação no conselho de administração da companhia, privatizada em 2022 durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

A Advocacia-Geral da União (AGU) e a Eletrobras voltaram a solicitar mais tempo em razão da complexidade do tema e asseguraram que o objetivo é resolver a situação de forma definitiva para evitar novas disputas e incertezas jurídicas.

O governo federal é o acionista majoritário da Eletrobras com 42,6% das ações ordinárias. No entanto, conforme as regras de venda da companhia, qualquer acionista tem no máximo 10% do poder de voto nas assembleias.

“Assim, cumpre assegurar o desfecho das tratativas de conciliação por meio da prorrogação do prazo, com vistas a promover a segurança jurídica e o interesse público”, escreveu o ministro na decisão desta quarta (18).

Nunes Marques determinou ainda que a AGU e a Eletrobras comprovem “o engajamento em prol da resolução” do impasse, os estágios percorridos indicando os avanços das negociações, e os ajustes, ainda que parciais, firmados.

Negociação por voto proporcional na Eletrobras

A AGU e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acionaram o Supremo em maio de 2023 para derrubar a restrição do poder de voto do governo. O chefe do Executivo argumenta na ação que a medida é desproporcional comparada ao patrimônio público investido e ao interesse social em jogo.

A negociação ocorre na Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF) desde dezembro do ano passado. Em abril deste ano, o relator já havia aumentado o prazo em 90 dias.

No início de agosto, o ministro concedeu mais 45 dias para a conciliação após ser informado que as tratativas estavam em fase avançada e que as partes atuavam para chegar a um consenso.

Na decisão de abril, Nunes Marques ressaltou que "não é objeto desta ação a ‘reestatização’ da Eletrobras, tampouco a declaração de inconstitucionalidade das normas que regulamentaram o processo de desestatização".

"O que se busca é garantir a possibilidade de a União exercer plenamente seus direitos políticos na Empresa de forma proporcional ao capital público investido", reforçou.

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