A empresa de maquininhas de cartão Stone, que deve lançar ações na Bolsa de tecnologia americana Nasdaq nesta quinta-feira (25), informou à SEC (Securities and Exchange Commission, o regulador do mercado financeiro americano) que teve parte do código de seus softwares de pagamento vazada nesta terça-feira (23). A estreia da brasileira na bolsa americana deve ser badalada — o megainvestidor Warren Buffett e uma subsidiária da gigante chinesa Alibaba devem participar da rodada.
Além da publicação de uma porção do código-fonte do sistema Pagar.me na internet e da maquininha Stone, a empresa afirmou que começou a sofrer chantagem, com pedidos de pagamentos em dinheiro para que novos trechos do programa não fossem vazados. O documento informando o vazamento dos dados foi entregue à SEC nesta quarta (24).
“Nós acreditamos que não houve acesso não autorizado, transferência ou uso inadequado de informações pessoais e financeiras ou de dados de negócios de nossos clientes e seus consumidores”, disse a Stone ao regulador americano.
“Além disso, a fatia do código-fonte vazada não contém informações sensíveis do ponto de vista concorrencial”, afirmou.
A Stone acrescentou no documento que há risco, devido à natureza do negócio, de divulgação de informações sem autorização, o que pode afetar o preço das ações da empresa e que isso está detalhado no prospecto informativo do processo de abertura de capital da companhia, na seção de fatores de risco.
Não há informações se o vazamento pode afetar o IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês).
Ação valorizada
Nesta quarta, segundo a agência de notícias Bloomberg, a Stone fixou o preço da ação no IPO em US$ 23 por papel, no topo da faixa estipulada. A formação de preço estava prevista para a quinta-feira, mas teria sido antecipada pela alta demanda pelos papéis da companhia. A operação deve movimentar US$ 1,26 bilhão (R$ 4,7 bilhões).
A expectativa é de que a empresa passe a ser listada na Nasdaq nesta quinta (25), também um dia antes do inicialmente previsto.
A abertura de capital da empresa brasileira atraiu grandes investidores internacionais, como o fundo Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, e a Ant Financial, braço financeiro da gigante chinesa Alibaba.
A Stone é a segunda empresa de meios de pagamentos brasileira a abrir capital no exterior. Antes dela, a PagSeguro movimentou US$ 2,3 bilhões (R$ 8,6 bilhões) na Bolsa de Nova York. Desde o lançamento de ações, em janeiro, os papéis da companhia se valorizaram quase 40%.
As principais concorrentes no mercado brasileiro de maquininhas são a Cielo (Bradesco e Banco do Brasil), Rede (Itaú) e Getnet (Santander).
O que gigantes viram na Stone
Surpreendeu muita gente o fato da Stone ter atraído players gigantes (inclusive da Ant Financial, considerada a maior fintech do mundo). Em especial devido ao acirramento da concorrência no setor de maquininhas, que ficou ainda mais violento depois que a rival Pagseguro abriu capital na bolsa de Nova York, no início do ano.
De alguma forma, esta concorrência feroz parece favorecer a Stone. Especialistas do setor acreditam que a empresa se diferencia por investir em inovação “de verdade”, e por focar em estar próxima do consumidor, o que aumenta a retenção dos clientes.
Além disso, a Stone foi pioneira em disponibilizar uma plataforma integrada para o pequeno varejista (similar aos modelos recém-lançados da Cielo e Pagseguro). A viabilidade desse modelo personalizado se apoia no formato pulverizado de vendas da companhia, que hoje processa 5,4% das transações de cartões no Brasil. Colocar vendedores “nas ruas” para distribuir maquininhas ativamente foi a grande sacada. Já há quase 200 hubs de vendas da empresa no país.
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