O presidente norte-americano, George W. Bush, escolheu Robert Zoellick, ex-representante de comércio dos EUA, para ser o novo presidente do Banco Mundial, informou uma autoridade do governo americano nesta terça-feira (29). O anúncio da escolha deve ser feito nesta quarta-feira (30).
Zoellick tem um histórico com o presidente Lula e com o Brasil. Em 2002, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desdenhou de sua importância, chamando-o de "sub-do-sub-do-sub" dentro do governo americano e dizendo que se negaria a negociar com ele a entrada do país na Área de Livre Comércio das Amércias (Alca). Em 2003, porém, o então representante do comércio dos EUA foi recebido pela atual administração. Ainda em 2003, em artigo no jornal britânico "Financial Times", Robert Zoellick criticou a posição brasileira nas negociações sobre comércio mundial em Cancún, no México. No artigo, ele atacou especialmente a retórica brasileira e de outros países em desenvolvimento, que consideraram o impasse das conversas como uma vitória. Na época, em tom duro, ele afirmou que os Estados Unidos não esperariam os países em desenvolvimento e continuariam a firmar acordos bilaterais de livre comércio.
Substituição
O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, recebeu "reações positivas" de outros países sobre a escolha, segundo a fonte. Zoellick vai substituir Paul Wolfowitz, que renunciou depois de acusações de nepotismo após ele conseguir um aumento de mais de US$ 60 mil no salário de sua namorada, que foi transferida para o Departamento de Estado americano, mas permaneceu sendo paga pelo Banco Mundial.
Wolfowitz, que renunciou ao cargo após forte pressão dos funcionários e do conselho de executivos da instituição, deixará o Banco Mundial no dia 30 de junho. A expectativa é que Zoellick assuma a presidência logo depois. Por ser um dos principais financiadores da instituição, os EUA geralmente têm a prerrogativa de indicar quem comandará o Banco Mundial.