O ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que está transmitindo o cargo ao seu sucessor, Alexandre Tombini, nesta segunda-feira (3) afirmou, em seu discurso de despedida, que aumentos na taxa básica de juros da economia brasileira não devem ser vistos com "alarde".
"Subir juros é parte do processo normal de qualquer Banco Central. Não deve ser visto com alarde. Nada indica que as taxas de juros não podem convergir para padrões internacionais nos próximos anos. A continuidade da política econômica assegurará esta trajetória", afirmou Meirelles na cerimônia.
A expectativa do mercado financeiro é de que a taxa básica de juros da economia brasileira, atualmente em 10,75% ao ano, suba para 11,25% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de janeiro deste ano. O mercado espera ainda por novos aumentos no decorrer deste ano. Para os economistas dos bancos, os juros básicos terminarão este ano em 12,25% ao ano.
A percepção de que os juros vão subir logo no início deste ano se consolidou após a divulgação do relatório de inflação do quarto trimestre deste ano. Na ocasião, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araujo, informou que a subida da previsão de inflação por parte da autoridade monetária "sugerem" a "necessidade de implementação no curto prazo de ajustes [para cima] na taxa básica de juros".