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As exportações brasileiras de suco de laranja deverão somar até 1,25 milhão de toneladas (equivalente congelado e concentrado) em 2009, contra 1,29 milhão de toneladas em 2008, informou nesta terça-feira a Citrus BR, associação que reúne os exportadores.

O volume previsto coloca os embarques do país em 2009 nos menores níveis desde 2002, quando o maior exportador mundial da commodity vendeu no exterior cerca de 1,2 milhão de toneladas. As exportações brasileiras já chegaram a atingir em seu melhor momento 1,4 milhão de toneladas, em 2007.

Em 2009, segundo a entidade, o desempenho do setor foi afetado pela crise internacional e também por uma menor demanda pelo produto, que vem sofrendo a concorrência de outras bebidas mais baratas, o que deve se repetir em 2010.

"As exportações em 2010 não vão crescer muito, mais por causa da demanda (do que pela oferta da matéria-prima no Brasil)" disse o presidente-executivo da Citrus BR, Christian Lohbauer, em entrevista a jornalistas.

Ele se referia à demanda fraca nos dois principais consumidores globais, os Estados Unidos e União Europeia, onde o consumo de suco de laranja deve continuar baixo, sendo abatido pelo avanço dos energéticos, isotônicos, águas aromatizadas, refrescos, sucos de néctares e refrigerantes, que têm conquistado a preferência popular.

Lohbauer, à frente da associação que reúne as quatro principais indústrias do Brasil (Cutrale, Citrosuco, Citrovita e Dreyfus), disse ainda que a situação do consumo mundial de suco de laranja pode ser melhor analisada se for levado em consideração que o país cada vez mais exporta o suco não-concentrado (NFC), já pronto para ser bebido.

Uma tonelada de suco congelado e concentrado pode ser multiplicada por seis, quando há a mistura com água. Os embarques de NFC do Brasil, um produto mais caro que o concentrado, cresceram mais de três vezes na comparação com 2003.

"As exportações parecem relativamente estáveis, mas estamos falando, na verdade, em equivalente congelado em concentrado."

O crescimento das exportações para mercados emergentes, como a China, segundo Lohbauer, ainda encontra dificuldades nos hábitos dos chineses e na falta de infraestrutura portuária para recebimento do produto no país da Ásia.

O Brasil embarca para o exterior cerca de 98 por cento da sua produção, e o desempenho do setor é totalmente dependente da evolução da demanda nos principais países consumidores.

Preços melhores

Dessa forma, as exportações do Brasil em 2010 não passariam de 1,25 milhão de toneladas de suco, apesar de ser esperada uma recuperação nos preços médios do suco.

"Este cenário de preços é sustentado por indicadores como a estimativa de queda de 16 por cento na safra 2009/10 da Flórida e a retomada da atividade econômica nos países desenvolvidos", afirmou o presidente-executivo da Citrus BR.

"Como a oferta de sucos de laranja será menor, a tendência é de aumento de preços", acrescentou ele.

Para a próxima safra de São Paulo, o maior produtor brasileiro, a associação prevê uma estabilidade na produção, que deve ficar entre 300 e 315 milhões de caixas, semelhante à colheita da atual temporada, que deve ser finalizada em fevereiro.

A indústria deve demandar entre 270 e 285 milhões de caixas de laranja em 2010 (a grande maioria de laranja produzida em São Paulo), de um total produzido no Brasil de 400 milhões de caixas, segundo a associação.

A receita com as exportações deve aumentar em meio a preços mais altos. Entre janeiro e novembro deste ano, as vendas renderam aproximadamente 1,5 bilhão de dólares, 18 por cento abaixo do total de 2008, com as cotações em queda em 2009.

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