O presidente da francesa GDF Suez, Gérard Mestrallet, afirmou nesta segunda-feira (01) que a companhia tem grande interesse em participar do novo programa nuclear brasileiro, em gestação no governo. Principal geradora privada no País e sócia da hidrelétrica de Jirau, a companhia não crê em efeitos devastadores da crise econômica e busca oportunidades para expandir seus negócios. "Nossos investimentos não serão paralisados de maneira nenhuma", afirmou o executivo.
Segundo ele, a GDF Suez acompanha de perto o andamento das discussões sobre o novo programa nuclear, que prevê a construção de pelo menos seis novas usinas no Brasil até 2030. "Nós estamos muito interessados em participar, se o governo decidir abrir o setor para companhias privadas", afirmou Mestrallet, que está no Brasil para receber o prêmio executivo do ano da Câmara de Comércio França-Brasil e comemorar os 10 anos do grupo no País.
O executivo frisou, porém, que ainda não há conversas com Brasília sobre o tema, mas apenas uma manifestação de interesse. A Suez tem hoje participação em 15 usinas no País, considerado prioritário no plano de negócios da companhia. Entre hidrelétricas, térmicas, eólicas e de biomassa, a capacidade instalada dos projetos brasileiros é de 7.228 megawatts (MW). Com Jirau e outros cinco projetos em construção, esse volume chegará perto dos 12 mil MW.
Resultado da fusão entre Gaz de France e a Suez, o grupo GDF Suez concluiu em outubro um programa de lançamento de 4 bilhões de euros em bônus internacionais, uma das primeiras captações após a falência do banco americano Lehmann Brothers, que praticamente suspendeu qualquer operação financeira internacional. Por isso, disse Mestrallet, a empresa acredita que não terá dificuldades de cumprir seu plano de investimentos para os próximos três anos, de 30 bilhões de euros.
Sobre a liminar que emperrou as obras do canteiro de Jirau, o presidente da subsidiária brasileira da companhia, Maurício Bahr, afirmou que é difícil avaliar se o cronograma será prejudicado pela suspensão das obras. "O período de chuvas na região já começou, mas está sendo menos intenso", ponderou. Caso o nível do Rio Madeira suba muito, a construção terá de ser retomada em março.
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