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Estados mais competitivos
Terceira Ponte em Vitória: Espírito Santo foi o Estado que mais ganhou posições no ranking de competitividade do CLP| Foto: Vitor Jubini/MTur

O Ranking de Competitividade dos Estados, realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a Tendências Consultoria, evidencia as disparidades entre as unidades da federação situadas no Sul/Sudeste em relação ao Norte/Nordeste.

Quatro das cinco unidades mais competitivas estão nas regiões Sul/Sudeste: São Paulo (1.°), Santa Catarina (2.°), Paraná (3.°) e Rio Grande do Sul (4.°). O Distrito Federal completa o top 5.

No Norte, o estado mais bem posicionado é o Amazonas, ocupando a 11.ª posição. Os três piores desempenhos também pertencem à região Norte: Acre (25.°), Amapá (26.°) e Roraima (27.°). No Nordeste, a Paraíba é a mais bem colocada, no 12.° lugar.

O Espírito Santo foi o estado que mais subiu posições no ranking geral em relação ao levantamento do ano passado, passando do 10.° para o 6.° lugar. A classificação melhorou em todos os pilares analisados pelo CLP. Na eficiência da máquina pública, o estado avançou do 14.° lugar, em 2023, para o 9.° em 2024; no potencial de mercado, subiu do 25.° para o 21.°, e no capital humano, do 13.° para o 10.°.

Estados mais competitivos: infraestrutura

Segundo o CLP, um dos maiores obstáculos para a melhoria da competitividade brasileira é a falta de investimentos em infraestrutura. As primeiras estimativas para 2024 indicavam a aplicação do equivalente a 3,1% do PIB, de acordo com a consultoria Inter.B. Na década de 1970, esse percentual era de 5%.

Atualmente, a maior parte dos investimentos em infraestrutura é realizada pela iniciativa privada. Em 2022, essa participação foi de 1,12% do PIB, com a projeção de 1,23% para 2024, quase o dobro dos investimentos realizados pelo setor público.

Um fator que contribui para a menor participação dos governos federal, estadual e municipal no investimento em infraestrutura é a deterioração das contas públicas. Dados do Banco Central mostram que, nos 12 meses encerrados em junho, o resultado primário foi deficitário em 2,44% do PIB. Em dezembro de 2022, havia um superávit de 1,25%.

O estado do Rio de Janeiro teve o maior ganho de posições no ranking de infraestrutura, subindo oito colocações e alcançando o 7.° lugar. Os principais avanços ocorreram em custo de saneamento básico (18 posições), custo da energia elétrica (3 posições) e qualidade da energia (1 posição).

Top 3 em Infraestrutura:

  • São Paulo
  • Espírito Santo
  • Santa Catarina

Os 3 piores em Infraestrutura:

  • Roraima
  • Amazonas
  • Pará

Estados mais competitivos: sustentabilidade Social

O CLP destaca que o pilar de sustentabilidade social mede a eficiência da atuação governamental para minimizar a vulnerabilidade do indivíduo em diferentes estágios da vida. Foram avaliadas questões relacionadas à saúde, pobreza, condições de moradia, saneamento básico e promoção do trabalho decente.

A Paraíba teve o maior avanço entre 2023 e 2024, subindo da 18.ª para a 15.ª posição, com melhorias nos indicadores de mortalidade materna (oito posições), famílias abaixo da linha da pobreza (cinco posições), trabalho infantil e cobertura vacinal (quatro posições), e desigualdade de renda (uma posição).

Há um grande contraste entre as regiões: estados do Sul e Sudeste, acrescidos do Distrito Federal, dominam as primeiras posições no ranking, enquanto estados do Norte e Nordeste ocupam as últimas.

Dados do IBGE mostram que a proporção da população brasileira abaixo da linha de pobreza internacional (rendimento médio de US$ 1,90 ao dia) caiu de 6,6%, em 2012, para 5,9% em 2022, quando foram divulgados os dados mais recentes. Nesse período, houve dois momentos de forte alta: um em decorrência da crise econômica entre 2015 e 2016, quando passou de 5,6% para 6,7%, e outro em 2021, motivado pela Covid-19, quando chegou a 9%, o maior índice histórico.

Outro indicador que revela as diferenças regionais é o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Estados do Sul/Sudeste, além do Distrito Federal, ocupavam as oito primeiras colocações em 2021, último dado disponível.

Top 3 em Sustentabilidade Social:

  • Santa Catarina
  • Distrito Federal
  • São Paulo

Os 3 piores em Sustentabilidade Social:

  • Maranhão
  • Roraima
  • Amapá

Estados mais competitivos: segurança Pública

A segurança pública é o serviço que melhor reflete o funcionamento das instituições do Estado, segundo o CLP. "Ela separa os países com equilíbrio virtuoso para o desenvolvimento dos chamados 'Estados falidos'", destaca o ranking.

O maior avanço foi registrado pelo Rio Grande do Norte, que subiu do 17.° para o 9.° lugar nos últimos dois anos, principalmente nos indicadores de déficit carcerário (11 posições) e qualidade da informação de criminalidade.

Assim como em outros indicadores, há grandes diferenças regionais. As cinco primeiras unidades da federação no ranking de segurança são do Sul/Sudeste e o Distrito Federal. As cinco últimas incluem um estado do Sudeste (Espírito Santo) e quatro do Norte/Nordeste (Pernambuco, Rondônia, Roraima e Amapá).

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostram que, enquanto os crimes de rua diminuíram em 2023, os estelionatos aumentaram, com um golpe registrado a cada 16 segundos, um crescimento de 360% em relação a 2018.

O número de mortes violentas intencionais caiu 3,4% em 2023 no país. Foram 46,3 mil registradas, correspondendo a uma taxa de 22,8 por 100 mil habitantes. As maiores taxas foram verificadas no Amapá (69,9), Bahia (46,5) e Pernambuco (40,2). As menores, em São Paulo (7,8), Santa Catarina (8,9) e Distrito Federal (11,1).

Top 3 em Segurança:

  • Santa Catarina
  • Distrito Federal
  • Rio Grande do Sul

Os 3 piores em Segurança:

  • Rondônia
  • Roraima
  • Amapá

Estados mais competitivos: educação

Aliadas aos problemas crônicos de infraestrutura, as deficiências na educação estão entre os principais desafios para a competitividade nacional. A situação compromete o potencial de desenvolvimento econômico e social.

Embora o IBGE mostre que a média de anos de estudo dos maiores de 25 anos tenha aumentado no Brasil, passando de 9,1 em 2016 para 9,9 em 2023, e que a taxa de pessoas com ensino superior completo tenha subido de 15,4% para 19,7%, há grandes disparidades regionais.

Exceto pelo Ceará, segundo no ranking de competitividade, o top 5 em educação inclui estados do Sul/Sudeste e o Distrito Federal. As cinco últimas posições são de estados do Norte/Nordeste.

O maior avanço foi registrado pela Paraíba, que saltou da 20.ª para a 14.ª posição entre 2023 e 2024. As principais melhorias foram na avaliação da educação (10 posições), taxa de atendimento no ensino infantil (sete posições) e Índice de Oportunidades da Educação (três posições).

Top 3 em Educação:

  • São Paulo
  • Ceará
  • Minas Gerais

Os 3 piores em Educação:

  • Roraima
  • Acre
  • Amapá

Estados mais competitivos: solidez fiscal

Diferentemente do governo federal, que registrou o último superávit primário acumulado em 12 meses em maio de 2023, a situação das finanças estaduais é melhor. No período encerrado em junho, as contas federais tiveram um déficit de 2,62% do PIB, enquanto as estaduais registraram um pequeno superávit de 0,35%, seguindo uma sequência positiva desde setembro de 2015.

Segundo o CLP, a solidez fiscal de qualquer governo é fundamental para o crescimento sustentado a longo prazo. Déficits fiscais levam ao aumento do endividamento e à baixa capacidade de investir na ampliação e manutenção dos serviços públicos, gerando prejuízos econômicos e sociais.

"Um governo que não consegue fechar suas contas perde credibilidade e confiança por parte dos contribuintes, empresas e investidores, nacionais e internacionais. A falta de credibilidade fiscal e financeira promove a retração dos investimentos e dos negócios privados, ocasionando queda na produção de produtos e serviços, além de aumento da inflação e do desemprego", destaca o relatório.

Ao contrário de outros pilares analisados pelo CLP, não há uma distinção regional evidente na solidez fiscal. Os três estados que ocupam as melhores posições são de regiões diferentes. A liderança é do Espírito Santo, seguido por Mato Grosso e Bahia.

O Distrito Federal foi a unidade da federação que mais avançou nesse pilar, passando da 22.ª para a 12.ª posição. Os maiores avanços ocorreram nos indicadores de poupança corrente (14 colocações), resultado primário (13 colocações) e gasto com pessoal (12 colocações).

Top 3 em Solidez Fiscal:

  • Espírito Santo
  • Mato Grosso
  • Bahia

Os 3 piores em Solidez Fiscal:

  • Minas Gerais
  • Rio de Janeiro
  • Goiás

Estados mais competitivos: eficiência da máquina pública

O Centro de Liderança Pública, em parceria com a Tendências Consultoria, destaca que a melhoria da eficiência pública é fundamental para reforçar a legitimidade das organizações democráticas.

"Governos e partidos sem legitimidade não conseguem aprovar políticas públicas, o que é prejudicial para a construção de uma economia de mercado saudável e de um ambiente propício ao desenvolvimento dos negócios", ressaltam no relatório.

Segundo os analistas, a eficiência da máquina pública está diretamente relacionada à conjuntura política brasileira. A sociedade brasileira tem passado por grandes transformações sociais e econômicas nas últimas décadas, e o eleitorado demanda, cada vez mais, a melhoria dos serviços públicos como forma de aumentar seu bem-estar.

O relatório também aponta grandes disparidades regionais nesse quesito. Os três estados mais eficientes estão no Sul do país, enquanto os treze piores desempenhos estão no Norte e Nordeste. Ainda assim, algumas unidades dessas regiões se destacam. Rondônia ocupa a quarta posição, Amazonas a oitava e Bahia a décima.

Rondônia apresentou o maior avanço entre os rankings de 2023 e 2024, subindo do 13.° para o 4.° lugar. As principais melhorias ocorreram nos indicadores de equilíbrio de gênero no emprego público estadual (20 posições) e qualidade da informação contábil e fiscal (13 posições).

Os Top 3 em Eficiência da Máquina Pública:

  • Rio Grande do Sul
  • Paraná
  • Santa Catarina

Os 3 Piores em Eficiência da Máquina Pública:

  • Maranhão
  • Amapá
  • Roraima

Estados mais competitivos: capital humano

O capital humano, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é um dos principais fatores que influenciam a produtividade. No Brasil, no entanto, os avanços têm sido lentos.

Dados do Banco Mundial mostram que o país não acompanhou a tendência global, com os países de renda média registrando um crescimento quase quatro vezes maior na produtividade do trabalho entre 1995 e 2019. Embora os números tenham melhorado recentemente, ainda há dúvidas sobre a continuidade desse progresso. Dados da FGV mostram um crescimento de 0,7% no ano passado, enquanto a média mundial ficou estagnada.

O pesquisador Fernando Veloso aponta que grande parte do aumento da produtividade nos últimos anos é decorrente de reformas implementadas desde 2017, especialmente a trabalhista.

"O grande questionamento é se a melhora na produtividade será sustentada, considerando o aumento da incerteza em relação à trajetória da dívida pública, o que pode comprometer a recuperação do investimento e o processo de formalização que estava em curso", afirma Veloso.

Um dos maiores desafios ao desenvolvimento econômico e social do Brasil é o baixo nível de qualificação da força de trabalho. Dados do IBGE indicam que o número médio de anos de estudo das pessoas com mais de 15 anos era de 10,1 em 2023. Há uma disparidade regional significativa: no Nordeste, a média era de 9,1 anos, enquanto no Sudeste era de 10,7.

De acordo com o CLP, as unidades da federação com as melhores performances estão no Sul e Centro-Oeste (SC, MS e DF). As nove piores posições pertencem a estados do Nordeste. O Amapá registrou o maior avanço, passando da 20.ª para a 14.ª posição, com melhorias nos indicadores de população economicamente ativa (PEA) com ensino superior, formalidade do mercado de trabalho e redução da desocupação de longo prazo.

Os Top 3 em Capital Humano:

  • Santa Catarina
  • Distrito Federal
  • Mato Grosso do Sul

Os 3 Piores em Capital Humano:

  • Pernambuco
  • Sergipe
  • Alagoas

Estados mais competitivos: sustentabilidade ambiental

As restrições ambientais estão se tornando cada vez mais severas, e o desenvolvimento econômico de longo prazo pode estar comprometido, alerta o CLP. O Estado desempenha um papel fundamental na promoção de um desenvolvimento econômico sustentável, tanto no campo quanto nas cidades.

As unidades da federação mais bem posicionadas são Paraná, São Paulo e Goiás. As nove últimas posições são ocupadas por estados do Norte e Nordeste. O maior avanço foi registrado por Roraima, que subiu oito colocações no ranking setorial em relação a 2023, passando da 17.ª para a 9.ª posição. A principal contribuição para essa melhora foi a redução nas emissões de dióxido de carbono (CO2).

Os Top 3 em Sustentabilidade Ambiental:

  • Paraná
  • São Paulo
  • Goiás

Os 3 Piores em Sustentabilidade Ambiental:

  • Maranhão
  • Rondônia
  • Rio Grande do Norte

Estados mais competitivos: potencial de mercado

O tamanho da economia dos estados é um dos principais fatores considerados pelas empresas na hora de definir investimentos, favorecendo a competitividade das maiores unidades da federação. Em 2021, 69,6% do PIB nacional estava concentrado no Sul/Sudeste. "Estados com economias mais dinâmicas abrem mais oportunidades de investimento, gerando um círculo virtuoso de competitividade", destaca o CLP.

Outro fator determinante é o ritmo de crescimento da população em idade de trabalho, que indica as possibilidades de expansão da atividade econômica no longo prazo. Uma das preocupações é a rapidez no envelhecimento da população. Estimativas de longo prazo feitas pelo IBGE indicam que, em 2070, um em cada três brasileiros terá mais de 60 anos. Em 2022, esse percentual era de 15,81%.

No curto prazo, indicadores relacionados ao crédito são importantes para a evolução do investimento e consumo. A população brasileira está com um elevado comprometimento da renda acumulada em 12 meses. Segundo o Banco Central, em maio, 47,5% estavam vinculados a dívidas, em comparação com 38,2% dez anos antes.

A inadimplência também é uma preocupação. Apesar da queda nos últimos dois meses, ainda há 72,5 milhões de consumidores com restrição ao crédito, o que corresponde a 44% da população, segundo a Serasa Experian. Entre as empresas, 6,9 milhões estão negativadas, o que equivale a 31,2% do total, o maior número desde o início da série histórica, em março de 2016.

Estados com grande potencial no agronegócio, como Tocantins e Goiás, mais Roraima, lideram o ranking. Na última posição, estão dois estados do Nordeste (Pernambuco e Ceará) e o Rio de Janeiro, que foi um dos estados que menos cresceu entre 2002 e 2021.

O Paraná registrou o maior avanço, subindo 13 posições, da 24.ª para a 13.ª. O principal fator foi o volume de crédito, que também cresceu 13 posições. O saldo das operações realizadas por empresas e famílias atingiu R$ 452,5 bilhões, em junho, segundo o Banco Central.

Os Top 3 em Potencial de Mercado:

  • Tocantins
  • Goiás
  • Roraima

Os 3 Piores em Potencial de Mercado:

  • Pernambuco
  • Ceará
  • Rio de Janeiro

Estados mais competitivos: inovação

A inovação é um dos principais motores do crescimento econômico. O ambiente ideal, de acordo com o CLP, combina a presença de competição com ações de fomento à pesquisa e desenvolvimento, sendo o setor privado o grande impulsionador. A academia e os institutos de pesquisa são os pilares da inovação, enquanto o setor público desempenha um papel crucial na coordenação, acompanhamento e, em muitos casos, financiamento das pesquisas.

Segundo o Banco Mundial, os números mais recentes, de 2018, indicam a existência de 1.524 pesquisadores por milhão de habitantes globalmente. No Brasil, os dados disponíveis em 2014 apontavam para 888 pesquisadores por milhão de habitantes.

Seis dos sete estados que mais se destacaram nesse pilar estão no Sul/Sudeste. A exceção é o Amazonas, que ocupa a 2.ª posição. As últimas posições são ocupadas por unidades da federação localizadas no Centro-Oeste e no Nordeste (Goiás, Piauí e Mato Grosso).

Roraima foi o estado que registrou o maior avanço, ganhando oito colocações em relação a 2023, principalmente devido ao crescimento no indicador de patentes (13 posições). O estado também se destacou no indicador de empresas de alto crescimento, ocupando a segunda posição no Brasil.

Os Top 3 em Inovação:

  • São Paulo
  • Amazonas
  • Santa Catarina

Os 3 Piores em Inovação:

  • Goiás
  • Piauí
  • Mato Grosso

Ranking da competitividade estadual

  • 1.° São Paulo
  • 2.° Santa Catarina
  • 3.° Paraná
  • 4.° Distrito Federal
  • 5.° Rio Grande do Sul
  • 6.° Espírito Santo
  • 7.° Minas Gerais
  • 8.° Goiás
  • 9.° Mato Grosso do Sul
  • 10.° Mato Grosso
  • 11.° Amazonas
  • 12.° Paraíba
  • 13.° Rio de Janeiro
  • 14.° Ceará
  • 15.° Tocantins
  • 16.° Rondônia
  • 17.° Alagoas
  • 18.° Sergipe
  • 19.° Pernambuco
  • 20.° Piauí
  • 21.° Pará
  • 22.° Bahia
  • 23.° Maranhão
  • 24.° Rio Grande do Norte
  • 25.° Acre
  • 26.° Amapá
  • 27.° Roraima
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