O Sul é a única região do Brasil onde o uso de cartão de crédito e de débito é mais frequente que o de dinheiro vivo, conforme a pesquisa “O brasileiro e sua relação com o dinheiro”, divulgada nesta quinta-feira (19) pelo Banco Central. Entre os meios de pagamento utilizados com maior frequência, 18,2% dos sulistas citam o cartão de crédito e 35,8% o cartão de débito. Juntas, as duas modalidades somam 54% no Sul, enquanto 44,8% citam o dinheiro em espécie.
O resultado destoa do verificado em outras regiões do país. No Sudeste, 59,1% da população afirma que o dinheiro é a forma de pagamento utilizada com maior frequência. O cartão de crédito fica 14,2% e o cartão de débito com 23,2%.
No Nordeste, o dinheiro é a forma de pagamento mais usada (66,6%) pela população, enquanto o cartão de crédito tem porcentual de 17,3% e o cartão de débito, de 13,6%. No caso do Norte/Centro-Oeste — avaliado como uma região única —, o uso de dinheiro é mais frequente para 69,2% da população. Cartão de crédito tem 10,0% e cartão de débito soma 19,0%.
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Na avaliação do Brasil como um todo, o uso de dinheiro é mais frequente para 60,2% da população. O cartão de crédito tem porcentual de 15,0% e o de débito, de 22,1%. Na pesquisa anterior, de 2013, a forma de pagamento mais frequente no Brasil também era com dinheiro, mas o porcentual era maior, de 78%. Há cinco anos, os percentuais de cartão de crédito e de cartão de débito, por sua vez, eram menores, de 13% e 14%. Na prática, as mudanças refletem o aumento do uso de meios eletrônicos de pagamento, em detrimento das cédulas e das moedas.
A pesquisa apontou que cerca de 4% da população brasileira já não usa mais dinheiro vivo na hora de fazer compras ou quitar contas. Em 2013, esse perfil era inexistente — 100% dos entrevistados diziam usar, entre diversas opções apresentadas, também dinheiro nas transações.
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O chefe-adjunto do Departamento do Meio Circulante do BC, Fábio Bollmann, afirma que será preciso esperar a próxima pesquisa para confirmar essa tendência de redução do uso de dinheiro como forma de pagamento. “Essa é uma questão também cultural”, afirma. “A Suécia, por exemplo, que é um país europeu de alta renda, praticamente não usa dinheiro. Mas a Alemanha, que também é um país europeu de alta renda, usa muito.”
O levantamento do BC foi feito a partir de entrevistas com 2.000 pessoas e estabelecimentos comerciais.
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