O superávit primário (economia para o pagamento de parte dos juros da dívida pública) do setor público foi de R$ 2,6 bilhões em maio, informou nesta sexta-feira (29) o Banco Central. No acumulado do ano, essa economia totaliza R$ 62,9 bilhões, ou 3,55% do PIB (Produto Interno Bruto), montante menor do que os R$ 64,8 bilhões (ou 3,93% do PIB) registrados no ano passado.
A meta para o ano é de uma economia de R$ 139,8 bilhões. Até maio, 45% da meta foi cumprida.
O pagamento de juros aos credores totalizou R$ 18,7 bilhões no mês passado. No acumulado do ano, o pagamento de juros nominais aos credores foi de R$ 94,9 bilhões, ou 5,36% do PIB, uma redução de 0,76 ponto percentual do PIB na comparação com os primeiros cinco meses de 2011. A redução, no caso dessa comparação em relação ao PIB, ocorreu por causa dos cortes na taxa básica de juros da economia, a Selic, e pelo maior controle da inflação neste ano.
O déficit nominal do mês passado foi de R$ 16,1 bilhões; no acumulado do ano, o valor foi de R$ 32 bilhões, uma redução de 0,37 ponto percentual do PIB na comparação com o período de janeiro a maio do ano passado.
A dívida líquida do setor público encerrou o mês de maio no menor patamar desde 2001, início da série histórica realizada pelo Banco Central, em um montante equivalente a 35% do PIB (Produto Interno Bruto).
Isso ocorreu devido a três razões: o dólar mais caro, já que quando se considera as reservas internacionais o Brasil é credor em moeda americana, os juros básicos em menor patamar e a inflação mais controlada (muitos títulos da dívida são atrelados à taxa Selic, assim como a índices de preços). Quando o dólar fica 1% mais caro em relação ao real, automaticamente a dívida se reduz em 0,14 ponto percentual ante o PIB, ou R$ 5,9 bilhões. Isso porque as reservas internacionais (que são ativos do Brasil) são transformadas em reais e deduzidas dos débitos da União, Estados, municípios e estatais.
É depois desse abatimento que se chega à dívida líquida. No caso de cortes na taxa básica e inflação mais baixa, o efeito só é notado após um ano.
Entenda
Superávit primário é o quanto de receita o governo consegue economizar, após o pagamento de suas despesas, sem considerar os gastos com os juros da dívida.
Como o governo precisa reduzir a proporção da dívida pública em relação ao PIB, essa economia de receitas tem sido usada para pagar os juros desses débitos de modo a impedir seu maior crescimento e sinalizar ao mercado que haverá recursos suficientes para honrá-los no futuro.
Nos últimos anos, o governo brasileiro tem mantido uma política de superávit altos quando comparados aos resultados obtidos pela maioria dos outros países.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast