O chefe adjunto do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Tulio Maciel, informou hoje que o resultado do superávit primário do governo em janeiro, de R$ 17,748 bilhões, foi o segundo melhor para o mês. A maior marca registrada até agora foi verificada no primeiro mês de 2008, quando o saldo ficou positivo em R$ 20,5 bilhões.
O resultado positivo decorreu, segundo Maciel, do resultado favorável dos Estados e do desempenho dos governos regionais. "Os governos regionais tiveram melhor resultado da série, em janeiro, causado pelo melhor resultado dos Estados da série", disse. O banco de dados do BC teve início em 2001. O superávit primário representa a economia do setor público para o pagamento dos juros da dívida.
Maciel previu ainda que, no mês de fevereiro, a relação entre a dívida líquida e o Produto Interno Bruto (PIB) fique estável em relação a janeiro, quando o índice atingiu 40,1%. Para o fim de 2011, ele projeta um resultado de 37,8%.
Selic
Maciel também afirmou que manteve em janeiro, em relação ao mesmo período de 2010, suas estimativas sobre o impacto de fatores econômicos na relação entre a dívida líquida e o PIB. Segundo ele, qualquer variação de 1% no câmbio implica em redução de 0,12 ponto porcentual da relação.
Sobre o aumento da Selic (a taxa básica de juros da economia), a projeção é a de que a cada 1 ponto porcentual de alta haja um crescimento da relação entre dívida e PIB de 0,30 ponto porcentual. Maciel disse que, em janeiro de 2010, esse impacto era de 0,29 ponto porcentual. "Não houve mudança significativa", acrescentou.
Porém, Maciel admitiu que a trajetória de elevação da Selic prejudica a direção de queda da dívida líquida. "Em termos de (superávit) primário, não. Afeta o pagamento de juros e o (resultado) nominal", afirmou. Além de aumentar o custo da dívida, Maciel afirmou que a elevação da Selic exige um maior esforço fiscal.